terça-feira, 30 de setembro de 2008

"OS BRINCALHÕES DOS MARES"

Anéis de Bolhas de Ar Feitos Por Golfinhos

Como o vídeo anexo mostra, há mergulhadores que conseguem produzir, com bolhas de ar libertadas por expiração controlada, anéis de ar, espectacularmente desenhados.
São seres racionais, treinados certamente a fazê-lo...
Até aí tudo bem!...



Mas os golfinhos, além de seres aquáticos afáveis e simpáticos, são conhecidos pela sua particular inteligência, doçura e trato fácil.
Assim, similarmente, conseguem produzir também os "blowing rings", criando um vórtex de água, que começa a propagar-se na forma de um toróide, aprisionando as bolhas de ar no centro!
E isso sim, é de facto espectacular!...



Podem pois observar-se golfinhos a brincar com aneis prateados, que eles têm a habilidade de fazer debaixo de água, para brincar.

Não se sabe como eles aprenderam, ou se é uma capacidade inata.

Como por magia, o golfinho faz um flip rápido com a cabeça, e aparece um anel prateado á frente do bico.
O anel tem a forma sólida de uma bolha em formato de "donut", que não sobe à superfície da água, permanecendo submerso.

Uma explicação possível para estes anéis prateados, é tratar-se de "vórtices de ar", invisíveis vórtices giratórios, gerados pelo movimento rápido e pelas voltas sinuosas que dá com as costas.

Quando os golfinhos "partem" a formação circular, as suas pontas são atraidas para um novo anel fechado, visto que o fluido de alta velocidade criado no centro do vórtex, está a uma pressão mais baixa do que o fluido que circula mais longe.

As bolhas de ar resultam do ar injectado a partir dos orifícios de expiração do golfinho.
A energia do vórtex da água assim formado, é suficiente para evitar que as bolhas subam à superfície, durante os segundos que duram as brincadeiras.

Mais um exemplo que corrobora a fama que detêm, de brincalhões, "bem dispostos" e criativos...


Anamar

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

"PARA LÁ DO UNIVERSO"

Hoje acordei com uma vontade louca de me ir embora...

E pensei: "Devem ter sido elucubrações como esta, comichão na sola dos pés e nos neurónios, que levaram o Cabral, o Gama, o Gonçalves Zarco, o Vaz Teixeira (aprendíamos isto tudo na escola), a fazerem-se "à pista"...

Bom, eu hoje se tivesse uma mochila, ninguém no meu Mundo e alguns cobres no bolso, ia mesmo à busca do outro Mundo, aquele que para lá da vidraça que é a vidinha de todos os dias, me acena "safadamente" com um ar miserável de pirraça por saber que eu não vou...

Este mês de Setembro, com um sol já tímido e que promete ir sumindo em exponencial até ao Inverno, lança pelo ar já, o desejo das próximas férias (as que teremos ou que gostaríamos de fazer); os sonhos empanturram-nos despudoradamente com destinos, destinos e mais destinos com a vontade a aumentar (apenas, na razão inversa do encolher do dinheiro );
os sonhos, que por enquanto são a única coisa legítima que possuímos e não paga imposto, a fervilharem-nos nas mentes e a espicaçarem-nos o desejo, levam-nos assim, logo ao abrir da pestana, a ficar com aquela vontade "marada" de ir mesmo embora...

Juro-vos, invejo "à séria", aqueles seres bafejados e predestinados que, porque não têm amarras, âncoras ou fateixas em nenhum porto ou areal, com a tal mochila nas costas, um cantil na cintura e mais meia dúzia de trastes...(eu, que por mais que me esforce nunca reduzo as minhas bagagens abaixo do irrazoável...coisa de mulher, será?!), partem mundo fora, transformando-o numa aldeia por onde se passeiam em lazer, sem hora de partida ou chegada, sem rota, meta, ou itinerário, apenas num desvario de sentidos, à descoberta de cada gente, de cada local, de cada céu, de cada sol...de cada desafio...

Sim, porque os céus, os sóis, até o vento, têm rota diferente e cheiro distinto em cada canto deste nosso espaço.

Adoraria poder perder-me, só por me perder, em cada pracinha, em cada banco de jardim, em cada dez centímetros de erva, em cada nesga de luz, em cada sardinheira de balcão...

Adoraria embebedar-me nas vidas, nas culturas, nas histórias que sempre nos contam espontaneamente, aqueles que as têm "aos molhos" e que também têm todo o tempo do mundo para as narrar...

Adoraria provar dos sabores e dos sons, da língua, da nostalgia ou da alegria, da luta, em cada retalho deste puzzle aleatoriamente criado...

Adoraria também falar-lhes do meu sol, do meu verde, do meu espaço generoso, de uma natureza quase sempre sorridente e mãe...

Também lhes ensinaria, que apesar disso sempre carregamos genericamente uma tristeza e solidão, sempre carregamos genericamente "cruzes" e conhecemos e cultivamos um sentimento de tradução difícil...SAUDADE!...

Adoraria "empacotar" por cá este destino e guardá-lo num sótão que não tenho, esquecer o que fui e sou, quem tive e tenho e rumar para lá do Universo...

Dirão que o meu "sonho" nada tem de original e será um sonho partilhado.

Está bem, não digo que não;
esta "panca" de marinheiro, aventureiro e descobridor, este "salsifré" que nos empurra para estradas não percorridas, para veredas e falésias inóspitas, para "mares" alterosos ou "flat", deve estar-nos nos genes mesmo... sei lá!...

Só sei que hoje, eu acordei com uma vontade louca de me ir embora...

Anamar


NOTA: Apesar de algumas fotos serem minhas, a grande maioria resultou duma exaustiva recolha na NET. Bem-haja a tão brilhantes autores que assim me permitiram tão profusamente ilustrar este post.