sexta-feira, 30 de outubro de 2015

" AQUELA CASA"




Ir àquela casa, é um pesadelo.
Ir àquela casa é uma violência sem tamanho.
É como o devassar de um local meio mítico, meio sagrado ... inviolável !  Ir lá, é perturbar demasiado as memórias, as imagens, os espaços... É mexer com o que foi, mas também com o que é ...

E no entanto, por ali continuam ainda todos !
Eu bem os vejo, mal meto a chave à porta, mal penetro na penumbra de fim de tarde, mal confronto o cheiro a silêncio e a solidão ...
Andam todos por ali, apesar do desalinho, apesar da poeira, apesar das gavetas e dos armários esventrados, apesar do bafio crescer e se insinuar pelas frestas.
Andam todos por ali, e reclamam o direito ao sossego e à paz.  Eu ... bem, eu entro quase pé ante-pé, quase me assusto com a minha própria sombra, quase não ouso respirar ...

Porque, na cozinha a minha mãe ultima o almoço.
Na mesa já posta que aguarda, o meu pai sentado de fente p'ra quem entra, dá a direita à minha mãe, que ma dará, que a darei às minhas duas filhas.
O cheirinho apetitoso dos bifes de cebolada, sobe do frigir da sertã.  A salada de frutas refresca-se no frigorífico,
A Cláudia usa o guardanapo de quadrados azuis ... e a Catarina usa o guardanapo de quadrados vermelhos. Diferentes só na cor, p'ra não haver confusão.
As farófias em segredo, só se anunciarão no fim ... Isto, se as meninas fizerem jus a merecê-las.

Vamos chegando, vamos dando as novidades das manhãs de aulas.
A televisão, na sala, anuncia o telejornal da uma.  O avô insiste no lavar das mãos, às pestinhas que tentam fazer-se esquecidas.
Todos os dias discutem, todos os dias brigam, todos os dias correm em maratonas malucas à volta da mesa, no espaço exíguo que periga as jarras da Vista Alegre sobre o aparador.  Nunca ninguém percebeu por que o avô tanto se amofina com o partir eminente daquelas jarras ... Horríveis, dos nossos pontos de vista !
Todos os dias se trazem à mesa os testes recebidos nessas manhãs e todos os dias, se havia ralhetes a propósito, a água-benta do avô, era o primeiro socorro a acudir aos apertos de ocasião ...

Depois, um dia, o avô foi embora.
Foi o fechar da primeira porta naquela casa.

A avó já não punha a mesa senão em ocasiões especiais, as farófias e a salada de frutas deixaram de ter lugar de privilégio.
A meninada cresceu. As aulas já não ocupavam as manhãs.  Eu passava por lá à noitinha, antes das sete, no caminho da escola.
A minha mãe estava à janela de trás, para me dar as boas noites, antes de se deitar, daí a pouco.
O Gaspar empoleirava-se com ela  no parapeito, e festejava-me até ao dia seguinte.
Eu dobrava a esquina, num último adeus ... e seguia, a tempo ainda de ouvir o correr da persiana, na janela daquele rés-do-chão.

E tudo se repetia, dia após dia, mês após mês ... ano após ano !
E tudo se repetia na paz possível da memória dos ausentes, na vida dos presentes ...
E  tudo  se  repetia, como  se  nada  nunca  pudesse  mudar ... Como  se  não  houvesse  amanhã !...

Passou tempo, muito tempo !

Hoje, eu meto a chave à porta de mansinho, p'ra não assustar os que por ali andam.
Rego as flores que restam, e elas continuam a florir.  Sento-me nos sofás e olho o nada e o tudo daqueles vultos que perambulam.  Aquieto-me para poder ouvir as suas vozes.  Concentro-me e vejo os olhos verdes, miudinhos do meu pai, como duas pequenas ranhuras no rosto esquálido e seco.
Já não lhe lembro a expressão, com definição aceitável ...  Recorro às fotografias para que mo tragam, porque o tempo é impiedoso e carrasco !
A voz ... essa, julgo escutar com nitidez. E as mãos ... é verdade ... as mãos eu "vejo" ... como então !
O cheiro da casa ainda me perturba.  Não é o frio e bafiento, de hoje.  É aquele que ficou nas ranhuras, nos interstícios, nas almofadas, nos roupeiros ...
E os espelhos, quando os olho, devolvem-me tudo. Com absoluta lealdade e fidelidade !

Hoje, a persiana de trás, não me aguarda, subida, pelas sete horas.
Também, há muito que a roupa não se dependura dos estendais.  O Gaspar ... ui ... esse já partiu há tempo e tempo !
Os olhinhos verdes e piscos que me fogem quase sempre, estão para lá, para a terra do sempre ...
As aulas já não me esperam, nem esperam mais as pestinhas, que cresceram, e têm outros pestinhas, que não pertencem a este filme ...
A Nossa Senhora de Fátima, não obstante,  permanece empoleirada na peanha, na cabeceira da cama  ainda  feita ... De longe, acho que continua a ser interpelada e agradecida !...

Ir àquela casa, é um pesadelo.
Ir àquela casa é uma violência sem tamanho.
É como o devassar de um local meio mítico, meio sagrado ... inviolável !  Ir lá, é perturbar demasiado as memórias, as imagens, os espaços...

Até porque as portas ... todas ... em definitivo, estão prestes a cerrar-se !!!...

Anamar

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

" AS DORES DE CRESCIMENTO "



Faz muito tempo que não consigo escrever.
Pareço uma ramada seca, vazia que estou, de ideias, de emoções e de reais sentires.
Uma ramada frágil que oscila à ventania, que verga acima e abaixo, descomandada, enrodilhada, açoitada com despudor.
Uma haste atontada, sem vontade, que se deixa ir, entorpecida ... de raiz no solo e folhas decrépitas.
É a raiz que ainda existe, que a aguenta, que ainda a firma, apesar do despautério do temporal.

Acho que estar numa ressaca, seja isto !
Vaguear entre uma mente parada, adormentada ... uma mente que se recusa sequer a pensar, exaurida e sem força ... e torrentes de pensamentos desarticulados que se atropelam, em desordem súbita, num vórtice incontrolável, como caudal impetuoso que assusta e intimida.  Que provoca uma vertigem violenta, que alucina e nauseia ...

O "olho do furacão", a cratera do vulcão, o remoinho ciclópico da tempestade ... é isto, onde estou sentada !...

Tempos bem difíceis estes, embora se diga que reais problemas, são os de saúde !
São-no, de facto.  Seguramente os mais complicados de enfrentar, resolver e ultrapassar.
Para tudo o mais, há remédio, ainda que no fim, de nós só restem cacos !...

No meio desta tormenta que me parece infinita, no meio desta luta com muitos contornos e muitas frentes, no meio deste desnorte sofrido ... como em tudo na vida, sabe-se  que nem tudo é totalmente negro ou totalmente branco.
Nem tudo é totalmente mau ou totalmente bom.
E os períodos de provação  mais não são do que períodos de crescimento pessoal, de maturação, de aprendizagem, de reflexão profunda ... de sofrimento ... talvez redentor ...
Não sei !
Mais não são, muitas vezes, do que ondas agigantadas e devastadoras, que varrendo as nossas vidas, testam muito de nós.
Avaliam da nossa capacidade de resiliência, da nossa determinação, da nossa envergadura na luta e na superação ...
São barómetros da nossa força interior, da nossa convicção em valores e princípios que defendemos e em que acreditamos ...
São parâmetros analíticos sobre a nossa fibra enquanto seres humanos, aferidores de quão pacientes e lutadores conseguimos ser, da nossa persuasão e coragem ... da força da nossa esperança, das nossas auto-estima e confiança na busca de caminhos, de rumos e saídas com luz, em percursos frequentemente demasiado escuros ...

E se lhes sobrevivermos, e se não soçobrarmos entretanto,  seguramente experimentaremos um advento de vida, um fortalecimento da nossa identidade, e  a  regeneração gratificante, perante nós mesmos, do respeito pela imagem com que nos vemos.
Alcançaremos um convívio pacífico, com o ser tão imperfeito e frágil que sempre somos, restituindo-lhe  o equilíbrio e a tranquilidade tão fundamentais e determinantes à  sua  existência ...

... porque tudo isto, afinal, são as "dores de crescimento" que nos estão destinadas no caminho !...

Anamar

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

" A LINGUAGEM SECRETA "




Não sei quanto tempo mais, a minha mãe viverá.
Não sei por quanto tempo, ainda, beneficiarei do seu cólo ...

Hoje, as pernas descarnadas semi-esquecidas, a figurinha frágil de passarinho, a mente que oscila entre o certo e o errado, o real e o irreal, já não abrigam grande coisa.  Já não fazem regaço de embalar ... porque não podem.
Hoje,  a  minha  mãe  aninha-me  no  coração.  Esse,  cresceu  na  proporção  do  mingar  do  corpo ...

É a esse ninho que nunca ma faltou, é a esses ouvidos que nunca ensurdeceram para mim, é a essas mãos que continuam sábias no acariciar, que recorro, onde continuo a buscar arrego ... ainda que não me perceba direito, que não me escute com clareza, que não saiba nem sonhe, tudo o que tenho aqui dentro.

Ainda que os seus horizontes sejam agora os limites daquela sala dividida com estranhos, agora "amigos" ... ainda que a televisão lhe conte ininterruptamente, histórias cá de fora, do mundo que deixou, ainda que acorde de manhã sem ter por perto os rostos familiares que gostaria ... tem aqueles que já se tornaram extensão dos outros.  Dos que estão agora um pouco mais longe fisicamente, porém ali, ao lado, no afecto e no espírito ...

A minha mãe teve um período demasiado longo e sofrido, de corte com a realidade.  Um período em que deixou de estar no meio de nós.  Um período em que a sua única ponte  era, ou com os que a deixaram há muitos, muitos anos, ou com aqueles que espera "encontrar" no futuro.
Então, aquela minha mãe, não era mais a minha mãe !

E ela sabia-o.  Sempre o soube.
Nos lampejos de lucidez que tinha no meio daquela bruma cerrada da mente, dizia-me em desespero : " Filha, a tua mãe já cá não está há muito " !
E era um grito lancinante e um sofrimento atroz, que me aterrorizava e me deixava sem chão e sem ar, olhar e ver à minha frente, uma desconhecida, um lamentável equívoco do destino, uma injusta e patética pirraça da vida ...

E de facto, a minha mãe havia "partido" mesmo ...

Mas como sempre foi teimosa, obstinada, determinada, e sempre lutou contra todas as marés adversas no seu caminho ... como nunca foi mulher de "entregar os pontos" e sempre driblou o que parecia irreversível ... "regressou" ...

Hoje, ali onde divide os dias com os seus parceiros de percurso, parece a menina que no infantário escolhe amigos, partilha brincadeiras, conta e ouve histórias, sorri e parodeia com todos ( e são quase todos mesmo ) que se aproximam do seu rosto aberto, sorridente e disponível.
Um rosto que se ilumina à nossa chegada ... aqueles que ela guarda no mais fundo de si.

E percebo como é aconchegante, preenchedor, IMENSO ... pegar-lhe de novo nas mãos secas de carnes, onde apenas as veias desenham rios, beijar-lhe de novo a face "plissadinha", olhar-lhe sem pressa os olhinhos "piscos" ... ou simplesmente ... e é TUDO... absorver a linguagem silenciosa da sua alma, os recados mudos do seu peito, deixar-me tocar pelos fios invisíveis do seu amor, sorver a generosidade escorrente do seu coração, ler a mensagem eloquente e terna do seu olhar, sentir-me embalada nos seus braços outra vez ... e dizer-lhe tão somente, sem falar, com todo o tempo do mundo : " Mãe, estamos aqui !...  Continuamos aqui ... ainda ... OBRIGADA !... "

Anamar

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

" MAIS QUE UMA TRILOGIA ... "




Os melhores companheiros das janelas, são o gatos.   Os gatos e as flores.

Os gatos maravilham-me, as flores sempre me deslumbram e as janelas  ... as janelas, já sabem, fascinam-me e desafiam-me.
Contam-me histórias intermináveis, de quem é e de quem foi, do agora e do antes, dos segredos ou das conversas banais.
Uma janela é um pouso sem tempo.  É uma pausa, para seres sem pressas ou compromissos.
São locais de luz e de vida.  As flores buscam-nas, e nelas sorriem, florescendo.
Os gatos aninham-se-lhes nos parapeitos, semi-cerram preguiçosamente os olhos, transformando-os numa fresta desenhada, e alongam-nos rumo ao nada e ao tudo que só eles vêem ...

Os velhos também.  Os velhos também as buscam, também as amam.
Junto à janela, tomando os raios de sol que a atravessam, quase sempre dormitam.
Às vezes "cuscam" o movimento de quem lhes anima os dias.
Meditam, distantes, e deixam-se ir, com aquele ar sapiente, legado do destino ...

A mim, as janelas aguçam-me o espírito.
Mas  não  as  janelas vulgares das colmeias urbanas.  Essas, são todas iguais, incaracterísticas, insípidas ...
Essas, são demasiado jovens para terem grandes coisas para contar ... porque as não viveram ...
Interessam-me as janelas com carisma, com porte, com estirpe.
As  janelas  concebidas  com  maestria,  por  artistas  que  ainda  tinham  tempo  para  as  conceber ...
Ou simplesmente aquelas em que a patine implacável do tempo, lhes conferiu aristocracia, dignidade ... lhes deu "marca", singularidade ... distinção !

Essas, têm histórias intermináveis, no seu espólio da memória.
Histórias de felicidade, ou histórias de intempéries de vida.  Histórias de dor, mas seguramente também, histórias de muitos risos e alegrias.
A pé firme, continuam a atestar os percursos das gerações que por elas passaram, e só não no-los desvendam, porque  aquelas  pedras, discretamente,  há  muito  desistiram  de  falar ...
São baluartes de  sonhos sonhados.  São testemunhos de projectos cumpridos.  São histórias da História das gentes que as viveram.

E depois, quando os anos que não perdoam, por elas passam, quando a sua tirania indiferente, como furacão, as abala, quando tudo à sua volta sucumbe e desiste ... ainda assim, aqueles aros esventrados permanecem hirtos, inabaláveis, com a coragem e a determinação dos fortes.
E oferecem-se então, generosamente, como molduras reais, às plantas livres e selvagens que as amarinham e as entrelaçam ...
As vidraças que as compunham, estilhaçaram há muito.  Já não delimitam o dentro e o fora, de antanho ... Mas mais bonitas do que nunca, deixam-se possuir com deleite, ostentando em segredo, o silêncio da eternidade, gravado em cada recanto secreto, em cada pedra instável, em cada musgo atrevido !...

Janelas ... janelas ... janelas ...

Velhos, gatos e flores ... Muito mais que uma trilogia !
Com  elas, as janelas, uma combinação perfeita ... uma estrada que se foi partilhando !...




Anamar

terça-feira, 6 de outubro de 2015

" POEMA DE AMOR "



Não há tempo para olhar o firmamento,
nem há tempo p'ra escutar a voz do vento
e sonhar ...
É um tempo de sombras e de silêncios,
em que o sol deita cedo,
junto ao mar ...
Era o tempo de seres cais e eu ser navio
Era o tempo de navegar o teu rio
de águas doces, da nascente até à foz ...
Era o tempo de viver acreditando,
De acordar com os pássaros cantando,
Tempo de elos, de promessas e de nós ...
Era o tempo de dormir no teu regaço
De sonhar e me envolver no teu abraço,
e me perder ...
Houve um tempo em que partiste, e me deixaste
na beira do caminho que trilhaste ...
Foi um tempo de morrer ...
E na cama que era meu ninho e meu porto,
no desenho do teu corpo
cabia perfeito, o meu ...
Mas o tempo que é o meu tempo presente,
seguiu o seu rumo indiferente,
e indiferente, me esqueceu ...
E agora ... Qual tempo é o meu tempo ?
Já não escuto a voz do vento ...
Já não navego o teu mar ...
Nas mãos, só tenho a saudade
que espalho pela cidade,
qual veleiro a naufragar !...

Anamar

sábado, 3 de outubro de 2015

" E É ASSIM ... "






De dia para dia, me sinto mais e mais uma estranha dento do invólucro que carrego.
De dia para dia, as minhas emoções, os meus sentires, tudo aquilo que me perturba ou me balança, tudo o que me aflige ou me gratifica, retorna adentro de mim, mergulha nos meus silêncios ...
Os diálogos são muito mais comigo mesma, as interrogações são muito mais dirigidas apenas à minha mente e ao meu coração, as dúvidas e as ansiedades, sentidas muito mais só na paz da minha interioridade.

Pareço um bivalve que cerra lentamente a concha, mantendo apenas uma fresta precária aberta ao exterior, numa espécie de fuga ou recusa aos confrontos com a realidade de que disponho.
Não sei se é doença, do corpo ou da alma, não sei se é cansaço, insatisfação, desânimo ... ou se me sinto simplesmente perdida por aqui.  Uma estrangeira no seu próprio "chão" !...
A cidade sufoca-me, a casa espartilha-me, o meu mundo fica-me progressivamente curto e desinteressante !

Talvez tenha a ver apenas com o Outono que vivo, por dentro e por fora.
Talvez tenha a ver apenas com o apelo da Natureza, ao ensimesmamento, à pausa, ao abrandamento ... ou não !...
Talvez seja apenas uma inabilidade de vida, um desajuste com a realidade, uma perda da expectativa de horizontes, uma insatisfação utópica face à existência, uma premência idiota e absurda de encontrar rumos outros, caminhos outros ... outras realidades ...
Talvez seja apenas ausência de fé ...
Não sei.
Sinto um apelo fundo e profundo a fechar portas e janelas, apagar as luzes, parar a faxina, cortar os circuitos ... desligar a vida ...

Daniel Sampaio refere no seu livro "Tudo o que temos cá dentro", que os suicidas não são os cobardes que simplesmente fogem às dificuldades.
Não são os desinseridos ou desajustados que não conseguem encaixar-se satisfatoriamente no figurino.
Não são os egoístas, que só pensando em si próprios, são indiferentes  ao tsunami emocional, familiar e social que desencadeiam e deixam depois de si.
Não são os desertores que oportunistamente abandonam o campo de batalha ...

São sim, aqueles que mais amam a vida e mais a quereriam viver !
E tanto a amam e tanto a anseiam, que não conseguem vivê-la com o sofrimento que ela lhes representa.
Não conseguem aceitá-la, com a incompletude que ela lhes oferece.
Não suportam mais, a dor objectiva ( porque de dor real se trata ), que ela lhes inflige dia após dia.
Não convivem mais, com a precariedade da satisfação que ela lhes propicia.

E por isso, há um dia em que "basta" parece ser a única chave de tudo.  Em que "chega", parece ser o alívio ansiado.  Em que "não" parece ser a alternativa salvadora de que dispõem ... a  libertação  do calvário  que  experimentam ... a  "luz"  nas  trevas  que  atravessam ...

E é exactamente assim !   Eu sei que é exactamente assim !...

Por isso, os entendo claramente !
Por isso , não os julgo !
Por isso, os respeito tanto !
Por isso até os admiro, e quase ... quase, lhes invejo a coragem e a determinação !

Pelo menos, eles não sucumbiram atolados no pântano, eles tiveram força para definir um caminho !!!

Anamar