Será um blogue escrito com a aleatoriedade da aleatoriedade das emoções de cada momento... É de mim, para todos, mas também para ninguém... É feito de amor, com o amor que nutro pela escrita...
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quarta-feira, 5 de setembro de 2018
" O SONHO COMANDA A VIDA ... DIZEM ... "
Escrevo pouco. Já o referi vezes sem conta.
Neste momento acho que estou tão crítica face ao que escrevo, que cada texto resulta num parto tão difícil, que custa a fazer-se.
Atravesso uma crise de criatividade, julgo, mas sobretudo, por cada escrito que escrevinho, sopeso vezes de mais da oportunidade de o fazer, do interesse ou do valor do mesmo. E como sou demasiado perfeccionista em tudo na minha vida, acabo concluindo da inutilidade de o produzir.
Nada de novo poderia envolver as minhas palavras, pois como se sabe, já absolutamente tudo foi inventado.
Claro que qualquer tema ou assunto é sempre passível de ser abordado das mais variadas formas.
A visão de cada um. Mas o interesse devido à minha possível, é forçosamente irrelevante e irrisório, desnecessário e redundante, face à proliferação de autores, de gente capaz e abalizada ... em suma, de gente "autorizada" no domínio das letras e da cultura, neste país !
Depois ainda, eu escrevo primordialmente numa libertação de alma, num aliviar de comportas emocionais, quase sempre. É uma escrita intimista e personalista que caracteriza este meu espaço. Uma verborreia com pouco de pragmática, uma abordagem dos temas invariavelmente indissociável do meu "eu" interior, sendo que é sempre "ele" e a sua "saúde" real, que ditam o espírito das minhas letras ...
E isso, é obviamente domínio pessoal, de interesse ou consideração precários, por parte de quem aqui eventualmente desce a lê-las.
Tenho um amigo que descobriu recentemente as virtualidades da escrita. O quão importante é, tantas e tantas vezes, libertar para o papel o que nos vai na alma, o que nos assalta a mente, as interrogações que nos colocamos, as dúvidas e as inquietudes que nos assolam.
Podermos "conversar" com nós mesmos, através das palavras que alinhamos, sem outro intuito ou objectivo além de olharmos como se olha num espelho a nossa imagem, de uma forma descomprometida, ou como se observa no porta-retratos o nosso rosto ali representado ... de fora para dentro, com algum distanciamento, é efectivamente uma forma de nos sentirmos vivos, e um privilégio ... acho..
Admiro muito o que escreve. Tem uma forma de se expressar "naïf", sem pretensões de estilo, de conteúdo ou forma. Sem preocupações de correcção ortográfica, inclusive.
Alinha tudo o que quer dizer, ao sabor do desalinho do seu próprio pensamento ... sem demais preocupações.
Escreve tal qual é, tal qual pensa, tal qual age na vida. É uma escorrência com a impulsividade ditada apenas pelas próprias convicções, sentimentos e opiniões. Duma forma liberta, sem peias ... vernácula.
Solta as memórias ao vento, conforme o povoam. Não tem inibições, censuras ou medos.
Escreve com uma genuinidade absoluta. Lembra uma criança a fazê-lo. Tem a simplicidade de Aleixo na expressão, e um discurso muitas vezes, absolutamente ternurento, porque ditado pelo coração que tem no peito, bem subido ... pertinho da boca !
Escreve sobre tudo e sobre nada.
Tem uma criatividade inesgotável, e as suas histórias, contadas na primeira pessoa, ou através de outras personagens heterónimas, são quase sempre deliciosas.
É um homem vivido, com muita estrada palmilhada lá para trás. Com incursões por muitos mundos, cruzou a sua vida com muitas outras ... e de todas tem um episódio para contar.
É dotado de uma sensibilidade à flor da pele. Tem uma curiosidade de menino que descobre a vida, e uma mescla de bonomia e irreverência face à mesma ... muitas vezes.
Ingenuidade também ... como criança grande, esperançosa e crente, que não cresceu.
Invejo-lhe a riqueza de ideias. O manancial de vivências. Invejo-lhe a liberdade de expressão. Invejo-lhe mesmo a "inconsciência" com que o faz ...
Duvido que alguma vez envelheça. Duvido que algum dia reconsidere caminhos, mesmo podendo ser prejudicado quantas vezes, por palmilhar os escolhidos.
Desejo que mantenha e nunca deixe apagar dentro de si, a chama infantil que o norteia.
Desejo que nunca desista, mesmo que um dia perceba que tudo foram histórias ...
Porque afinal, quem escreve, é sempre, em última análise, um privilegiado contador das mesmas ...
E porque, simplesmente ...
"o sonho comanda a vida, e o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança" !...
Anamar
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