sexta-feira, 27 de agosto de 2010

"MAIS DO MESMO..."


Começo a cair na realidade...
Chegada de férias, como sabem há poucos dias, não pelo facto de serem férias, porque "férias" tive eu, forçadas o ano inteiro, mas porque o "mundo" onde estive foi outro, me parecia que "tudo" tinha ficado da porta para fora, no "quintal"...

Esta sensação de liberdade, de libertação de peso no coração em quase todos os momentos, acompanhou-me de facto quase todos os dias, como vos contei, na Costa Rica.
Do rafting ao rappel, de cavalgada a floating, de cobra a macaco, de mar a céu, de calor irrespirável a chuva torrencial...de tudo experimentei, como quem procura como que "desintoxicar-se" à viva força, como quem precisa deixar pendurado num galho da mais alta árvore da selva, todas as perturbações que a preenchem e a destroem...

Mas acabou, claro, como tudo acaba....

Dirão: "olha-me esta...queria que o bem bom durasse o tempo todo!!"....
Não é o caso, juro-vos...só queria de facto voltar a ver o mundo com as cores que lhe são devidas, voltar a sentir-me um pouco solta, criança, inconsequente...sei lá,  mesmo por aqui, no meu "buraco", com a D. Madalena e o resto da comitiva no seu posto de todos os dias, nesta praceta descaracterizada ; reduzida às caras do costume, aos cafés do costume, confinada à casa, ao PC, às poucas compras no Super por baixo de mim, que faço diariamente (porque como não cozinho não preciso de grandes coisas...) ; confinada ao dormir, com a Rita aos pés, umas noites mais impaciente que outras (acho que não está bem e tem dores) e ao levantar a sacudir o "pó" do "sótão", a tomar o meu duche e a sentir-me gente (única fase do dia em que ainda sinto uma energia acrescida), como se ESTE, fosse o dia em que a minha vida iria mudar...; confinada a constatar que ando presa por "arames" e a fazer de conta que me aguento e que estou viva!

Lá irão dizer : "Puxa...lá voltamos ao mesmo...não há remédio para esta cabeça!" - e se calhar não há mesmo!

Poderia (e se calhar deveria?) não estar a escrever aqui nada disto, mas precisei aliviar um pouco a "tampa", e estou-me borrifando que daqui a pouco tenha a minha filha "à perna",  por causa deste texto!

É que, se também não escrevo, pouco sobra, fico sem o resto do ar que respiro, que já não vai sendo muito...portanto, como costumo dizer : "Pulem este post...quem sabe um dia destes a minha vida muda mesmo radicalmente, assim como se me saísse o euro-milhões na forma de brinde dos céus, embrulhado com laço de fita e tudo?!...

A coisa recomeça a ficar "preta", como "soi dizer-se"...o que significa que as coisas postiças nunca deram grande resultado; mais cedo ou mais tarde, o invólucro cai e lá ficam as misérias à mostra!
No meu caso, a força que parece que tinha, está a ir-se (certamente não era real), estou a sair da cena que montei, desasada, assim, sem palmas, com a sala vazia e a cortina a correr-se...

Desculpem...uma vez mais.
Começo, como diz a minha mãe (que tem quase 90 anos) de si própria, a ficar "farta de mim"!
Fazer o quê? Começo, ou recomeço a cansar-me de ser um foco de preocupações e mau estar para terceiros, e gostava de, repentinamente...."pufft"....sumir do mapa, desaparecer de circulação, esfumar-me no espaço!!...

Anamar

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