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quinta-feira, 9 de julho de 2020

"AQUI DA MINHA JANELA " - HISTÓRIA DE UM PESADELO - em dia de esperança





TEMPOS  DIFÍCEIS


Nunca a espera foi tão longa
Nunca o caminho tão escuro
Nunca a esperança tão tamanha
Nunca o cansaço tão duro !
Nunca a prova tão travessa
Nunca o medo tão real ...
E ainda que não pareça
e que o sonho desvaneça
e o mundo não seja igual ...
sempre o sol nascerá,
sempre a lua descerá
e as aves irão cantar ...
Depois da noite, outro dia
abrirá com alegria
na madrugada a chegar !

Aqui estamos a pé firme
Nosso esteio, o horizonte,
Nosso caminho a seguir
ruma à luz que está defronte !
Não podemos soçobrar
e no cansaço mortal
teremos que buscar forças ...
E não sendo o mundo igual,
mesmo que o sonho adormeça,
cumpriremos a promessa ...
vamos cantar a canção
que acalenta um mundo-irmão ...
ainda que não pareça !...

Das Américas até África,
Do levante ao ocidente
vamos estender nossa mão,
escancarar o coração,
gritando alto "Presente" !...
E a Terra renascerá
à luz de um outro amanhã ...
Um hino se irá escutar
no cansaço do esperar,
porque a espera não foi vã !
E o pesadelo sofrido
já não mais fará sentido ...
A nossa esperança venceu !...
Depois da noite, outro dia
esperará  com alegria
o Homem novo que nasceu !!!

Anamar

terça-feira, 17 de setembro de 2019

" FIM DE DIA "






Vermelho, o céu lá longe está em paz   
A quietude desce e encerra o dia
E a natureza  doce e calma, silencia
Sonolenta, na noite que se faz

O sol já se foi, o mar deitou ...
As algas e as areias já dormiram
E as gaivotas que pelo céu fora partiram,
Foram na brisa que o fim da tarde anunciou

E a eternidade que respira este sossego
de almas tristes e cansadas, aconchego,
é alívio, é remédio de uma dor ...

Quando o fim do dia vem chegando,
nele o coração se vai deitando
e com ele adormece o meu amor !

Anamar

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

" É ASSIM ... "





Tanto tenho p'ra dizer e não o sei ...
Na garganta sufoca-me a palavra,
e como o lavrador que a terra lavra,
em cada semente perco a esperança que cansei ...

Como um beijo prometido, que não dei
Como um amor que no peito se afogou,
Como chama de uma vela que apagou,
Como promessa duma vida que esperei,

assim sou eu, nesta curva do destino ...
não se solta a palavra do meu peito ...
Mas o corpo desenhado no meu leito,
lembra o calor que deixaste ... em desatino !

E à deriva, como folha na corrente,
peregrina numa estrada sem ter fim,
guardo os restos de um amor que foi ausente,
e que foi o que de ti, sobrou p'ra mim !...

Anamar

quarta-feira, 22 de maio de 2019

" DESABAFO "




Ando a escrever pouco ...  Menos ainda, poesia ...
Hoje, foi "dia" ...


" DESABAFO "


Se de girassóis, tivesse um mar,
e o sagrado silêncio da alvorada,
deixaria a minha alma atormentada
nas asas de um pássaro, voar ...

Se eu tivesse do céu, o infinito
e deixasse o coração falar tudo o que cala,
partindo com a nuvem que se abala,
soltaria no vento, este meu grito ...

Porque eu sou alguém que não se entende ...
e só quem sabe, pode adivinhar ...
Sou caule e sou raiz que à terra prende
um barco, que se quer fazer ao mar ...
Uma flor que brota da semente,
e que querendo partir, tem que ficar ...

Anamar

domingo, 22 de julho de 2018

" EU "



Sou do desejo, a fogueira
que se acende sem dizer
Sou o raio que se incendeia
à revelia do querer ...
Sou uma cama desfeita
ainda quente de te amar ...
Acalmia ou tempestade
Sou um riacho ou sou mar
Sou a loucura de um sonho
sonhado na madrugada ...
A palavra que não disse ...
numa folha, desenhada
Sou centelha do prazer
que não ouso confessar ...
Sou vulcão que não sossega,
vontade que não se nega
e não cansa de buscar ...
Eu sou a força do vento
do que sopra, e soprará ...
Sou um gemido e um lamento,
guardo os segredos do tempo
que passou e que virá !
Sou o que fui e me fez
a vida, que já passou ...
Sou um sim e sou um não
Certeza ou contradição ...
Nem eu mesma sei quem sou !...

Anamar

sexta-feira, 25 de maio de 2018

" MILAGRE "






Quando o gaio chegou ao meu jardim,
com ele a Primavera regressou ...
só porque p'ra  mim,
o gaio cantou !

E o sol reluziu
e as flores se engalanaram ..
só porque p'ra mim ele sorriu ...
E a minha cama perfumaram !
E o céu, que de azul  sempre é vestido
mais azul ainda ficou ...
e o meu coração entristecido,
alegre se tornou ...
só porque p'ra mim,
o gaio cantou !
O mar que conhecia o meu soluço
nas areias em que a onda rebentava ...
chamou p'ra mim o gaio que voava,
e com ele, a Primavera regressou ...
E então  renasci e acreditei
que o gaio cantara só p'ra mim ...
E que com todo o sonho que sonhara,
outra vez a minha vida  se enfeitara
com  braçadas de alfazema e de jasmim ...   
Espreitei-o poisado no alecrim,
vi-o descansar no lilazeiro,
apanhou uma rosa para mim
e margaridas brancas, do canteiro ...
                                                                       
Tudo se acendeu na Natureza,
tudo cantou à minha beira
como canta a água pura da ribeira ...
Quando o gaio chegou ao meu jardim !...

Anamar

quarta-feira, 16 de maio de 2018

" SILÊNCIO "






E desceu sobre mim a quietude
um silêncio de dia inacabado ...
sonho que em mim foi amputado
quando a noite me envolveu em negritude ...
Sonho que sonhei em doce jura
Sonho desenhado à cabeceira
Trazido e deixado à minha beira
por aquela ave que o ninho já procura
E a noite que caminha e já me abraça,
solta as lágrimas desta mágoa tão sentida,
por aquele sonho ser inacabado
e eu nele ter acreditado
como se ele viesse devolver-me a vida ...
E agora o que me resta é o caminho
sem flores e sombra a ladear ...
Uma estrada em que sigo tão sozinho,
onde nem as aves vão cantar
E é longa a caminhada,  já fechou o dia
sem sol a por, sem horizonte ...
A garganta, já sedenta espera a fonte
que lhe mitigue a dor e a agonia
A morte  por aqui já ronda...
Morre-se um pouco, quando a esperança vai ...
Vai-se morrendo quando o amor se esvai     
e nos deixa, como à praia, a onda ...

Anamar

quinta-feira, 3 de maio de 2018

" INGENUIDADE "





Uma porta, duas janelas
era o tamanho do sonho
que sonhei, sonhei, sonhei ...
até que um dia cansei
de vê-las sempre cerradas ...
E havia uma cancela,
malmequeres, um lilaseiro,
e o mar bramia por perto
em veredas já cansadas
Do outro lado, era a serra
com o vento em desalinho,
E as arcas guardavam sonhos
por entre os lençóis de linho
As tamareiras selvagens
conheciam os segredos
que lhes confiara um dia ...
E as trepadeiras subiam
ao alto, p'la cantaria
As juras que de amor fiz,
p'ra todo o sempre as selei ...   
E do peito onde as guardei,
roubou-mas a ventania !

Mas mataram-me este sonho
nos sobressaltos da vida ...
Sumiu como as andorinhas
que partem em despedida
As gaivotas já não pousam
nas traves dessa cancela,
e a porta e as janelas
têm o tamanho da dor,
têm o tamanho do amor
que viver ali, sonhei ..
E as lágrimas que hoje correm
em desnorte, pelo monte,
fecharam-me o horizonte,
porque do sonho, acordei !...

Anamar

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

" VOLTAR "






Voltar é juntar dois lados
Reunir pedaços
Reescrever a história ...
É buscar cá dentro
aquilo que fomos,
lembrando o guardado
na nossa memória ...

Voltar é ter na vontade
um recomeço  outra vez     
de cabeça erguida,
deixando p'ra trás
as lembranças tristes
a mágoa sentida
o desencanto e as dores ...
É prender a esperança
É crer no futuro
Apostar no sonho
de novos amores ...

Voltar é sorrir à vida,     
como se ela fosse
uma nova alvorada
É renascer
É pegar a estrada,
sempre olhando em frente
e é acreditar   
fazer do amanhã
um novo presente !...

Anamar

terça-feira, 28 de novembro de 2017

" INFERNO " - 15 Outubro 2017





E escureceu em céu e terra ...
De vermelho se pintou o universo
Vermelho, cor de sangue, cor de inferno
vermelho, cor de morte, cor de guerra ...
As ondas de loucura que avançavam
nos espasmos de um vento aterrador
sacudiam, destruíam e vergavam
as árvores que clamavam em estertor ...
A trenodia da floresta murmurava
súplicas aos homens e aos deuses
indiferentes ...                                       
De desespero e impotência soluçava,
no estrépito langor da morte que cercava ... 
mas como sempre, são os deuses, seres ausentes ...


E a noite que era noite, ficou dia
e  acendeu de horror a escuridão
foi das árvores silentes, agonia
foi um grito de revolta,
um coração sangrante, moribundo e estropiado
abraçando os troncos ainda erguidos
que p'la natureza-mãe foram paridos
e pela mão do Homem, sepultados !
Erectas sobre a encosta, amordaçadas,
como esfinges, árvores mortas, sonolentas ...
no verde da memória ainda gravadas,
de pé, para sempre recortadas
quais fantasmas, se acabando na tormenta !                             

E em tudo aquilo que restou,
não há cantos, não há sombras, não há vida
só o tempo, indulgente, dará paz ...
Silenciam os mortos que ficaram
são testemunhas injustas que tombaram
são a voz da floresta em despedida !

Anamar

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

" PEREGRINANDO "


Liberdade é ser poeta,
é pintar a noite negra
com as cores do arco-íris
É fingir acreditar
que ora é hora de voltares
quando eu sei que vais partir ...
É enfeitar as estações
É escolher sempre os Verões
em vez do Inverno frio
É ser dona do viver
conforme me apetecer
num insano rodopio ...
Liberdade é desbragar,
é rir ou então chorar,
fingir que tudo é verdade ...
inventar como eu quiser,
pois tudo o que se disser
ao poeta é perdoado ...
Ser poeta é liberdade ...
A maior que a gente tem,          
e é espelho de uma alma pura
Não se acomoda ao real,
mesmo sendo um temporal,
é uma doce loucura !

E por isso vou escrevendo ...
De palavras vou vivendo
não me importando o destino ...
E ao longo da caminhada,
ainda que  penosa a estrada,
levo a fé de um peregrino...

Anamar

domingo, 9 de julho de 2017

" E QUE ME DEIXEM O LUAR ... "







De que me serve dizer-me
em jeito de me alentar,
que sonho voltar no tempo,
voar nas asas do vento
e deixar-me acreditar
que sou jovem outra vez ...
que tenho o mundo aos meus pés ?...

Que saudades eu vou tendo
dos tempos em que podia
desenhar o arvoredo
das estradas que percorria ...
Pendurava rouxinóis
sobre as águas dos ribeiros ...
Escondia luas e sóis
no alto das ramarias,
entre as folhas dos salgueiros ...

E eu podia, eu podia
inventar a minha história
mesmo do jeito que eu queria ...
E amava, como amava
os amores que eu inventava
e me faziam feliz ...

Hoje, os pingos na vidraça
são chuva doce que abraça
memórias que quero guardar ...
Sussurram ao meu ouvido
que o vivido, está vivido ...
já não faz nenhum sentido ...
que a saudade não o alcança,
que o coração não descansa
de tanta vida lembrar ...
Vida já sem serventia,
barco em meio de ventania
à beira de naufragar ...
E ...
como gaivota poisada,
de asa já morta, fechada,
ergo as mãos a suplicar ...
Sou estrela já apagada,
Sou manhã sem alvorada,
Não me roubem o luar !...

Anamar

terça-feira, 6 de junho de 2017

" MIRAGEM "





Aquele mar sem ter fim
já nada sabe de mim,
se sou nascente ou sou foz ...
Se acordo nas madrugadas
e imploro às alvoradas
que me tragam tua voz ...
É um mar que me rouba o sol
quando finda cada dia
e que é um espelho da lua
quando, louca rodopia
no silêncio das marés...
Quando a fadiga adormece,
o dia desce e emudece
e a noite cai-nos aos pés ...
É então que eu olho as estrelas
dormindo no firmamento
com cores doces de enfeitar
outros mundos, outras terras,
outros montes e outras serras,
outras canções de ninar ...
E o mar finge transportar
lá de longe o teu amor,
num embalo enganador ...
Sempre ficaste e eu partia,
cavalgando a ventania
e silenciando a dor !
Vi-o nos teus olhos verdes
com peixes de navegar
Vejo-o no fim do meu sonho,
espelha o meu olhar tristonho,
e nele quero naufragar ...
E aquele mar que é profundo,
traiçoeiro e mentiroso,
faz-me crer que estou contigo
no outro lado do mundo,
onde as ondas só brincavam,
onde o céu era de fogo
e as aves acasalavam ...
Indiferente e impiedoso
aquele mar foi cruzando
os amores que foram meus ...
Pelas marés foi levando
p'ra sempre o que fui sonhando
e jamais me pertenceu !...

Anamar

quarta-feira, 31 de maio de 2017

" ELEGIA DO AGORA "





Deixa eu chegar, amor
ao pé de ti de mansinho
e dizer devagarinho ao teu ouvido
"cheguei" ...
Vim embrulhada nas ondas,
na babugem da maré
Vim trazida pela aragem
que despenteia a ramagem
e cheguei pé ante pé ...
Não assustes o meu sono,
que é de sonho
e tem a cor da alvorada
Não apresses o meu espanto
e o encanto
de me sentir desejada ...
Não aceleres a vida,
pois a graça é a partida
seguida duma chegada ...
Não precipites a sorte,
nem busques demais o norte
na ânsia da caminhada !
Não te importes com o futuro ...
Seja duro ou prazeiroso
é gostoso de viver
Sorve o momento do agora,
pois o futuro, hora a hora
o destino o irá escrever ...
Deixa que a vida se faça,
vive-a como quem abraça
um ramalhete das flores
que atapetam os caminhos,
que encerram em si, carinhos
e renovam os amores !...

Anamar

quarta-feira, 10 de maio de 2017

" PEDAÇOS "




Os meus pedaços perdidos
andam aí pelo chão
Cada um guarda de mim,
das minhas "estórias" sem fim,
o que lhe coube em quinhão...
Pedaços da minha vida
Retalhos do meu sofrer
fui-os  dando por aí                
em sonhos que já esqueci,
nesta ânsia de viver ...
Dei o sorriso do rosto,
as mágoas do coração
Dei os braços que estreitavam
aqueles a quem amavam
e levantavam do chão ...
Dei o corpo e dei a alma
Dei amor e dei paixão ...
Fui dando bem ao meu jeito
rosas brotadas do peito
e floridas no Verão !
Deixei rastos e caminhos
Deixei marcas e pegadas
Andei estradas, lancei pontes
Busquei novos horizontes
com esperanças acreditadas ...
Isto foi p'ra mim a Vida
Dei-me inteira no amar
Fui vulcão e fui torrente
Sempre caminhei  em frente,
como o rio corre para o mar !...

Anamar

quarta-feira, 26 de abril de 2017

" A DESTEMPO ... "






A  DESTEMPO ...



O destempo do tempo da minha vida
é condenação por mim vivida ...
nunca nada é, se eu quero que fosse ...
É fruta verde de uma árvore que tombou
É flor de um jardim que alguém roubou
É dor enlouquecida amarga e doce

É chuva de Março no Verão,
que promete refrescar a solidão
mas que chega quando é hora de partida ...
É vento do deserto que me embala
descompasso em desespero que se cala
É franja de maré entretecida ...

É búzio abandonado na areia
É turbilhão de maré cheia
que chega e parte, descontente ...
É verso inacabado no meu peito
É loucura esquecida no meu leito
quando o ontem se quer  tornar presente !

E sempre é a destempo o meu viver
Interrogo a razão do meu sofrer
Ironia e brincadeira do destino ...
É pirraça de existência que me foge,
Um passado que esbraceja p’ra ser hoje
Desacerto alucinado e peregrino !...

Anamar

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

" PARA ALGUÉM QUE AINDA NÃO NASCEU "




( Dedicado à minha neta que virá )

Não sei o teu rosto, no entanto adivinho
que virás com um norte, um rumo e missão
de amparar quem cansado percorre o caminho,
de ajudar a erguer quem se sente no chão ...

E levas em frente a história começada
És uma semente que a vida plantou
Uma árvore de sombra na beira da estrada,
Um sopro de esperança que algum deus soprou ...

És uma criança e já és o universo...
A luz de uma estrela para quem está perdido
A força do amor transportada num verso ...
Não sei o teu rosto e no entanto acredito
que tu vais vir
para as margens unir
em pontes lançadas ...
As estrelas te embalam
no céu escuro se calam,
pelas madrugadas !

E tão pequenina,
menina ladina,
como seiva vivaz
tens o mundo no peito,
qual  amor perfeito,
por favor, traz a paz !...

Anamar

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

" QUERIA ..."



Queria dizer não dizendo,
por preciso não ser mais ...
e que os ais deste lamento
voassem no firmamento
a outros céus e outros mares
Queria chorar não chorando,
por teus ouvidos ouvirem
e sentirem o meu pranto
para lá do universo,
nas galáxias de outro espanto...
Queria ver-te não te vendo,
porque leio a voz do vento
e entendo a canção do mar
que te trazia até mim
nas asas de um querubim,
sem precisar te chamar ...
Queria que o sonho lembrasse
o que há muito já esqueceu,
que o dia se levantasse
e a madrugada guardasse
todo o amor que já foi meu ...

Mas o tempo ... ai o tempo ...
carrasco, dono, verdugo,
um tirano e gozador
Vai levando e vai correndo,
brinca e ri do meu tormento,
indiferente à minha dor !

Anamar

terça-feira, 15 de novembro de 2016

" GRATIDÃO "





12 Novembro 2016



" Gratidão "


Nasci neste dia e foi destino
a minha sina ser escrita na maré ...
neste caminhar pé ante pé
a minha vida ser cansaço e desatino ...

Mas os amigos que são amparo e são bordão
não me abandonaram no caminho
e foram tantos e transbordaram do carinho
que me fez reviver o coração !

E por isso as flores da madrugada,
gotas de uma chuva abençoada
que colhi, aspergiram a minh'alma

E uma profunda e doce gratidão,
contas de amor enfiadas num cordão,
foi a paz que me envolveu na tarde calma !

Anamar

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

" NADA "




Nada ficou no lugar
ainda que o rio busque o mar
numa correria louca ...
Nada mais ficou igual
depois que esse vendaval
silenciou minha boca.
Nada ficou como era,
já partiu a Primavera
das minhas mãos, que cansaram
quando pela madrugada
os teus olhos que eu amava
dos meus, tristes, se apartaram.
Nada ficou como antes,
sonhos ficaram distantes,
irreais ... inexistentes ...
Foi injustiça da vida
uma chegada e partida
à minha mágoa, indiferentes !
Tu seguiste e eu fiquei ,
num amor que adivinhei
ser fogo fátuo, na estrada
Mas de tudo o que  vivi,
de nada me arrependi,
mesmo não sobrando nada !...

Anamar