sábado, 7 de novembro de 2015

" UM IRRELEVANTE POEMA DE AMOR " - Irrelevante ... como quase todos !...







Os mistérios da minha cama
guarda-os em segredo, o mar
Nas rendas da maré baixa
vens de barco a navegar ...
E o meu corpo que te espera
que te anseia e adivinha,
fecha os olhos e adormece
quando em teu peito se aninha ...
O vento sopra baixinho,
seja nortada ou suão,
promessas do teu amor,
na concha da minha mão...
os gemidos da savana
e o silêncio da caatinga ...
Adoça-me o coração
a água fresca da moringa
que trazes p'ra me prendar ...
quando vens na maré baixa
dentro de mim, naufragar ...
Eram vales e planícies
eram grutas, eram montes ...
foram estradas e caminhos
foram florestas e fontes,
que sabias ... percorrias
pé ante pé, com vagar ...
os mistérios da minha cama
guarda-os em segredo, o mar !...
E ...  amor, vejo os teus olhos
na água pura das nascentes ...
e o fogo do teu olhar,
no vermelho dos poentes
que me foge, que adormece,
que me morre a cada dia ...
Não partas de mim, amor ...
Não me mates de agonia !...

Anamar

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