segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"AOS PÉS DE UM GIGANTE"



Meia noite dada...jantar findo.

Por aqui, a brisa abençoada desce sobre o coqueiral, apaziguando os corpos ainda quentes de um sol tropical abrasador, em mais um dia terminado.

Os cheiros são agora mais intensos.
O "doce" exalado da flora local, penetra-nos.
Gotas de chuva caem esparsas de quando em quando. É uma chuva envergonhada desta vez.
Ela vem para refrescar e para manter esta humidade natural impregnada na vegetação.

A noite é de breu. O céu absolutamente escuro em fundo de estrelas coalhadas, como raramente se vê.
Dou por mim em busca da estrela polar, da ursa maior, da ursa menor...como nos meus tempos de menina.
Formulo um desejo por cada estrela cadente que rabisca o céu...

As sombras projectam-se por todo o lado. Os arruamentos do resort, despovoados, são mais adivinhados do que enxergados.
Vou caminhando, solta, sorvendo a fresca, deixando os cabelos em desalinho, o rosto a ser aspergido pelos borrifos lá do alto, a mente leve e rebelde, como um cavalo no prado...
Os ouvidos retêm os sons da noite...uma melopeia intensa e indefinida, numa orquestra consonante de todos os insectos e aves nocturnas, por certo aos milhares, que desde que o sol adormece, se anunciam.

O mar quebra manso nas rochas ou na areia da praia, agora silenciosa e escura, onde os perfis dos coqueiros e dos chapéus desgrenhados, de palma-cana, se recortam, quais esfinges sonolentas.

E sobre toda esta paz e esta calma idílica, a pique, vigilante, adormecida até que o sol nascente a desperte, a sombra do "gigante"... imponente e grandiosa, a "Petit Piton" (o gigante de dois mil e quatrocentos metros), estática, atravessa imemorialmente os tempos, imperturbável e majestosa!...

Anamar

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