Será um blogue escrito com a aleatoriedade da aleatoriedade das emoções de cada momento... É de mim, para todos, mas também para ninguém... É feito de amor, com o amor que nutro pela escrita...
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
MOMENTO DOIS - 30 Janeiro
Estou há quatro dias na Amazónia, e ao contrário do que havia suposto e para isso vinha predisposta, não escrevi uma linha.
E não escrevi, porque estou "entupida" de emoções. Estou numa espécie de catalepsia ou deslumbramento, face a tudo o que me envolve.
A Amazónia não se descreve. Vive-se !
Sente-se apenas. Aliás não há palavras no vocabulário, que pudessem dizer por aproximação sequer, o que é esta Natureza genuína, que tenho a certeza, não existirá em parte alguma mais, do planeta que habitamos.
Os sons da selva, de noite ou de dia, são irreproduzíveis por letras ou ideias. A cor, a brisa ou o calor sufocante, a humidade que cola tudo a nós ... mas sobretudo o verde da mata e o azul-cinza-pardo das águas mansas em espelho parado, serão o seu rosto mágico, misterioso, indizível !
Neste pedacinho de areia nas margens do Tarumã, neste oásis que estará coberto de água em alguns meses, escutando apenas os trinados incessantes, os gritos, os silvos, o pipilar das aves em desafio concertado, o zumbido dos insectos em desgarrada, sentindo na pele a aragem cálida que de quando em vez resmalha na folhagem ... o suor entorpecente amenizado além, pela sombra silenciosa e esfíngica, de árvores centenárias da floresta primitiva ...
escutando estes sons, todos diferentes, mas integrando uma orquestra gutural perfeita ... numa afinação divina ...
extasiando-me com o privilégio magnânimo que experimento, por não morrer sem aqui ter estado ...
... sinto-me em paz !
Porque PAZ, é seguramente a única palavra assertiva na definição da Amazónia !!!...
Anamar
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