As águas sobem, as águas descem ...
A Natureza sucede a si própria numa renovação destinada, onde o Homem não pode interferir.
Estando aqui, miscigenando-me com esta realidade esmagadora e dona, ouvindo submissa a autoridade da floresta, dos rios, dos animais, das aves, dos insectos, das chuvas e do calor sufocante ...
só estando aqui, dizia, é que se percebe com clareza, a nossa pequenez enquanto seres humanos, e a violência que é, o abuso, a intromissão, a manipulação e o crime feitos sobre o planeta, quando o Homem altera intencionalmente os seus ciclos.
E só estando aqui se percebe tudo isso, porque aqui se lê com a pureza do coração desarmado, e com os olhos da alma . E esses, não enganam nunca !
O céu escurece num momento. A trovoada ribomba ao longe. O eco do trovão cala toda a selva.
As cordas de água, desenhadas no horizonte, anunciam a tempestade que se avizinha.
Por momentos os pássaros silenciam, os sons suspendem-se, uma serenidade estranha instala-se.
As cores acentuam-se, os contornos definem-se. Os verdes são mais verdes, a mata mais sombria, o céu ( onde os raios desenham feericamente geometrias obscuras ), é de chumbo.
E de repente, a chuva impiedosa chicoteia a terra. Um dilúvio forte, intenso, açoita as ramagens despenteadas pelo vento, uma cachoeira lá de cima, chega e parte ... em minutos ...
E em minutos a Amazónia refresca, remoça, respira até ao âmago ... Ela que é o pulmão da Humanidade !!!...
Anamar
Sem comentários:
Enviar um comentário