sexta-feira, 18 de setembro de 2020

" AQUI DA MINHA JANELA " - HISTÓRIA DE UM PESADELO - " levemos a carta a Garcia ..."

 


Escrevi há dois dias um texto relacionado com o início do ano escolar, no contexto pandémico que vivemos.

Era um texto que procurava fazer um ponto da situação do país face à Covid19, perante publicação, uma vez mais,  do  Estado de Contingência decretado pelo Governo.

Seguia-se uma análise ... a minha ... exactamente sobre essa imensa preocupação genericamente vivida pelos cidadãos deste país, no concernente à reabertura das escolas para mais um ano lectivo, sabido por todos que se trata de um período profundamente particular e preocupante, e um momento de muita apreensão, ansiedade e até receio.
Era contudo um texto esperançoso, um texto dirigido a todos os principais intervenientes nesse exigente processo, com uma saudação de apreço, de gratidão, com votos de coragem e de confiança.  
Mas também de esperança e fé, em que com todas as dificuldades do mundo, num ensaio de proveta nunca antes testado, se pudesse alcançar o mínimo necessário para pormos em marcha um comboio de toneladas de responsabilidade, toneladas de exigência e mais toneladas ainda, de dificuldades a vencer !...

Trata-se de uma empresa ciclópica, exigindo uma articulação perfeita entre todas as estruturas envolvidas, um trabalho no terreno, gigantesco, um trabalho de coordenação oleado e funcional, sem precedentes, uma visão abrangente e esclarecida em equipas convergentes nos objectivos e nos interesses a contemplar.
Depois, há toda uma massa humana diversa, que forçosamente terá que remar convergentemente, numa maré alterosa de  mar encapelado, em que qualquer desajuste, desistência, falta de empenhamento, descompromisso, pode representar um prejuízo inestimável e imprevisível, potenciador de um insucesso e de um falhanço sem precedentes neste arranque histórico !

E os números da Covid, não param de aumentar diariamente ... assustando mais e mais !

Ontem atravessei o centro da cidade que habito.  Percebia-se claramente que as escolas haviam iniciado...
Os grupos de jovens pelas ruas, em bandos de sete, oito ou mais, muitos deles totalmente desprotegidos, sem máscaras no rosto,  permitindo-se comportamentos de risco, por desrespeito da distância social de segurança,  com contactos físicos ... íntimos mesmo ... manifestavam uma displicência, uma inconsequência inaceitável, uma irresponsabilidade ou até um desafio ostensivo, face á realidade que se vive ... que verdadeiramente me assustou.
Todos sabemos que parecia estarmos de saída de um período de reclusão excessivamente duro, em que, obviamente os mais jovens, fruto exactamente da pouca idade, da imaturidade, das hormonas açaimadas há tempo de mais, e da sua normal necessidade de contestação e irreverência ... mais dificuldade terão tido no enquadramento de uma "normalidade" totalmente anormal.
Contudo, todos pertencemos a uma sociedade que terá de se entreajudar,  terá de se consciencializar que a segurança colectiva passa pela segurança individual, e que o respeito que todos nos merecem, passa por comportamentos cívicos, de partilha, compreensão e responsabilidade inalienáveis e independentes das classes, das faixas etárias e das vontades !...
Isto terá que ser assimilado por todos, sob pena de um brutal insucesso, de um rotundo falhanço e de uma consequente catástrofe nos submergir colectivamente !!!

O sacrifício é de todos, o objectivo é comum ... o sonho também !
Não queremos / não podemos retroceder ... não podemos vir a morrer na praia !

Apelo à inteligência, ao espírito de solidariedade social, ao empenho e à generosidade !
Não deitemos tudo a perder.  Não tornemos vão, todo o sacrifício dos que dia a dia, com infinitas dificuldades, estão a dar tudo por tudo, estão a dar o melhor de si para que o futuro destas crianças e destes jovens possa assegurar-se com o mínimo de danos possíveis, rumo ao futuro !

Que saibamos pois, aqui e agora, levar a  "carta a Garcia" !...

Até amanhã !  Fiquem bem, por favor !





Anamar

Sem comentários: