sexta-feira, 1 de maio de 2009

A "CHATICE" QUE É ATURAR-ME...ou a história do copo meio-cheio ou meio-vazio



Hoje, um radioso dia com que Maio nos presenteou, um sol luminoso, um céu de um azul espectacular, meio dia...e eu na cama a aninhar-me e a pensar (sim...porque o sono já não era logicamente muito...): "Quem dera estivesse a chover. Apetecia-me tanto que o dia lá fora estivesse cinza plúmbeo, chovesse e só nos apetecesse ficar por aqui mesmo!!!!..."

Logo eu, que vivo do sol e que me "digo" girassol e não margarida, porque o persigo até que ele durma!...

Bom, aí ocorreu-me uma amiga muito engraçada que eu tenho, e me costuma dizer: "Eu farto-me de mim....e hiberno. Mas aí, há um dia em que eu digo: chega! Já não me aguento!!...e pronto, desse dia em frente, o "astral" vira"!!!...

Lembrei depois um outro amigo que me diz: "Quem tem vagar...faz colheres! Tens demasiado tempo para "criares", "inventares", fazeres os filmes e sofreres com eles!!"

A seguir, lembrei alguém, que muitos anos ao longo da vida me "buzinou" aos ouvidos: "Tu estás é mal habituada...mimam-te, resolvem-te as dificuldades, atapetam-te a vida!!"

Mais à frente pensei na minha filha mais velha que me diz: " Quais são os teus reais problemas? Deverias experimentar era ter isto...e mais aquilo...a passar por aqui, e por ali....bla-bla-bla...para saberes como é!!"

A seguir, "desfilou" o meu colega Orlando, que me dizia num destes dias (enquanto aguardávamos entediosamente que preceitos do meu computador se cumprissem), verificar que os jovens de hoje não lutam, não se esforçam, não valorizam...(nada que eu não saiba, não veja todos os dias, não critique..."Bem prega Frei Tomás....")

Que por isso mesmo a crise instalada, é muito mais de rumos, de nortes, de vidas, de metas a atingir... criada por uma sociedade cujos valores estão muito acima do razoável, do lógico, do admissível...o que lhes torna tudo excessivamente enjoativo...
Uma crise, de que os próprios pais parecem não se dar conta, gigantescamente maior que a outra, que nos assombra...

Obviamente, "vieram" também os meus pais, que, de acordo com os seus horizontes, limitados a todos os níveis infelizmente, de acordo com as suas melhores convicções, de acordo com a época, a cultura, até a idade de que dispunham, aquilo de que foram capazes, sempre acreditaram estar a fazer o seu melhor, no sacerdócio que é a educação e a orientação de um filho para a vida, quando de facto, me rodearam de tudo e de muito mais do que eu precisava para vivê-la...
E por isso desaprendi, ou nem sequer aprendi, como fazê-lo!

Por fim, veio-me aquela máxima, que nos diz que sempre se pode ver tudo por dois lados: "um copo pode estar sempre meio cheio, ou meio vazio", depende de como o vejamos, depende da "garra" com que o agarramos, depende da nossa força interior, do nosso crer, da nossa auto-estima, até...da nossa necessidade!

E foi aí que saltei da cama (não direi eufórica...nem lá perto...),abri a janela de par em par, encarei o sol e achei que afinal era bom ele estar lá e não haver nuvens no céu, resolvi ir ao cabeleireiro, e comecei a treinar a tolerância comigo mesma, e apesar dos pesares, a não me achar uma "bosta" tão grande, quanto nos piores dias me acho!...

Anamar

3 comentários:

Anónimo disse...

Idem...
Estou contigo...

Meio vazio...sem dúvida.

Beij

Maria Romã

anamar disse...

Pois Maria Romã...
Dificilmente o vejo meio cheio...
Que desgraça de forma de ser a minha! Ou será que terei razões para isso??!!
Beijinhos
Anamar

Anónimo disse...

Ainda voltando ao tema mas usando outra perspectiva acho que o problema é de outra natureza: o fato não nos serve, não tem as nossas medidas. Desde sempre o conflito reinou e teimou sempre em projecção alimentar. Anos a fio tipo esqueleto (o fato "dançava") para dar lugar à situação inversa em que o tal fato rebentava pelas costuras.
Hoje a diferença não existe e o fato de tão apertado já rebentou mesmo por todos os lados. Isto de tens, não queres...e mais não digo, em côro, faz-me recorrer sem dó e piedade ao frigorífico. Quando chegar aos 100kg é só espetar um alfinete e...pronto.
Já desisti...falta força...vencida pelo cansaço. Isto inside, outside é a mesma coisa, os alunos já há muito esgotaram a paciência.
Como vês o fato continua desajustado qualquer que seja a situação. Solução...difícil mesmo.

Beij

MR