Ando a escrever pouco, ando a sonhar pouco, ando a viver pouco demais ... ando a sentir a saudade que me atormenta ...
Saudade do sonho, saudade do amor, saudade até da dor que o amor deixa cá dentro ...
Ando a sorrir pouco, a acreditar pouco, a não olhar o sol a pôr-se, com aquela saudade doce que ele nos traz, de outros pôres-de-sol ...
Não contemplo mais a lua, lugar de encontro de todos os olhos, de todos os amantes do Mundo ...
Não danço mais na chuva, a aspergir-me com a sua carícia ... Não escuto mais o mar, que levou para longe a minha canção ...
O vento que passa, não me acaricia como outrora ... Também ele não me reconhece mais ...
Deixei de saber cheirar o aroma das flores, o cheiro da terra molhada, depois de uma chuva abençoada ...
Não me enterneço mais, com os caracóis louros de uma cabeça de criança ...
... perdi-me de mim, e sofro já com a saudade de não me encontrar por aí, pelas esquinas da Vida !...
Deixo-vos um dos "magos" da sensibilidade e da escrita ... o sempre imortal Pablo Neruda.
Sem comentários:
Enviar um comentário