terça-feira, 6 de outubro de 2015

" POEMA DE AMOR "



Não há tempo para olhar o firmamento,
nem há tempo p'ra escutar a voz do vento
e sonhar ...
É um tempo de sombras e de silêncios,
em que o sol deita cedo,
junto ao mar ...
Era o tempo de seres cais e eu ser navio
Era o tempo de navegar o teu rio
de águas doces, da nascente até à foz ...
Era o tempo de viver acreditando,
De acordar com os pássaros cantando,
Tempo de elos, de promessas e de nós ...
Era o tempo de dormir no teu regaço
De sonhar e me envolver no teu abraço,
e me perder ...
Houve um tempo em que partiste, e me deixaste
na beira do caminho que trilhaste ...
Foi um tempo de morrer ...
E na cama que era meu ninho e meu porto,
no desenho do teu corpo
cabia perfeito, o meu ...
Mas o tempo que é o meu tempo presente,
seguiu o seu rumo indiferente,
e indiferente, me esqueceu ...
E agora ... Qual tempo é o meu tempo ?
Já não escuto a voz do vento ...
Já não navego o teu mar ...
Nas mãos, só tenho a saudade
que espalho pela cidade,
qual veleiro a naufragar !...

Anamar

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