domingo, 10 de outubro de 2010

"O EU INTERIOR..."

Tenho andado muito arredada da escrita.
Não tenho tido a concentração direccionada para aqui. Aliás, sinto-me um pouco dispersa, pensando em tudo e em nada, como se pressentisse que a minha vida vai dar uma volta. Uma volta qualquer...
Talvez seja algum renascimento da fase complicada que tenho vivido. Talvez seja o caracol a deitar os pauzinhos de fora, depois da "chuva" que caíu...
Sinto como que uma primavera antecipada, depois de um inverno rigoroso. Ando com aquele "frisson" que se tem, quando se inicia algo novo, se decora a divisão de uma casa, se começa um novo amor...
Não sei bem porquê este estado de espírito, das trevas p'ra luz....mas sinto-o...

Talvez um reencontro com o meu "eu" interior, com o meu equilíbrio, com o ponto central do meu "yang-yin"...
 Quero estar de bem com a vida, não posso estar permanentemente zangada com o mundo, e tenho que começar por algum lado, e esse lado está a ser a busca do meu equilíbrio pessoal, da paz do meu espírito...
Oxalá eu consiga levar esta nau a bom porto.

Ontem fui ao cinema. Fui ver um filme mal cotado pelos críticos, o que para mim lhe confere pontos, à partida;
Tinha SIMPLESMENTE dois actores de referência: Júlia Roberts, para mim indiscutível, e Xavier Barden, que já vira há anos atrás em "Mar adentro", e me marcara muitíssimo.

No seu global, é uma película soft, sem dúvida, rodada em locais espectaculares, com uma mensagem pouco inovadora no geral, mas aqui e ali, salpicada de enormes mensagens, em meio da pequena mensagem que "aparentemente" passa.

Lamento sempre a rapidez com que os planos se sobrepõem, nos filmes; não dão tempo para reflexão, interiorização, e desfrute das imagens simultâneamente, por vezes excepcionalmente belas, que até era o caso.
O filme, com um título meio estranho, e para mim, de mau gosto, "comer, orar e amar", foca exactamente o seu reencontro (depois de uma busca interior persistente), de uma mulher de sucesso, descrente, receosa, defendida do amor e da vida, que parte do zero, recusando uma vida que a insatisfaz e a incompleta...

Mas não é uma mulher qualquer, não é uma mulher acomodada, e luta e busca até ao fim do mundo (o filme termina na Indonésia, Bali) de valores espirituais em que acredita; procura ajuda, conhece pessoas e regista mensagens espantosas de uma civilização que nada tem a ver com aquela donde vem, a América,vazia, materialista, fundamentada em lobbies económicos e de consumo, corruptíveis.
É dito que a Indonésia é um apelo aos amantes de uma das formas de comunicação mais puras...o silêncio!

Aliás, tenho a sensação, que cada vez mais, a insatisfação dos princípios ocidentalistas, estão a aproximar as pessoas, de valores ancestrais autênticos, espiritualistas, despojados, vernáculos...

Lembro a minha ida à Tailândia, lembro a minha ida às Maldivas e sinto ainda hoje, sobretudo da Tailândia, tudo aquilo que arquivei no coração, na mente  e debaixo da pele...
Lembro com uma nitidez absoluta tudo o que lá inspirei e me preencheu a alma até hoje...
São locais de uma introspecção, de um silêncio, de um crescimento interior, de uma reflexão e meditação incríveis, que não há palavras que os descrevam...só vivendo-os lá mesmo...

Anamar

3 comentários:

Anónimo disse...

Mas que "frisson", que existe mesmo sem que o sol tórrido de verão te esteja a cair em cima! Que bom!
Malmequer

anamar disse...

Pois é Malmequer....pode é ser "uma nuvem passageira"...que com o vento se esvai....
Espero que não!
Beijinho grande
Anamar

Anónimo disse...

Que bom esse "volte-face". Fico muito contente e acredito que não vá ser nehuma "nuvem passageira".
Beijinho.