sexta-feira, 1 de outubro de 2010

"SINAL DOS TEMPOS ! ..."


As pessoas não estão a investir no amor.

Verifico que as relações hoje em dia, são cada vez mais pontuais, efémeras, de momento, sem perspectivas de continuidade e se calhar, sem vontade mesmo dessa continuidade.
E este estado de coisas, desencantado, verifica-se em qualquer faixa etária.
Eu tenho uma filha com trinta e dois anos, que se pauta nesta base também, de sentimentos e vivências;
Tenho amigos da minha faixa etária com dois ou três insucessos sentimentais e afectivos, que por defesa, comodismo, descrédito. o que quer que seja, não arriscam nada mais, e preferem e dizem que querem viver sós, que estão bem sós, que não equacionam mais, outros esquemas de vida...

São pessoas com filhos já ausentes, tal como eu, que não querem limitações, justificações a dar, qualquer tipo que lhes "cheire" a pressão, ou que considerem como tal.

Fazem a vida como querem, rodeiam-se de amigos ou isolam-se, se é essa a sua vontade, agarram no carro e vão por aí, ou não, fazem amor menos vezes do que gostariam, mas "paciência", como dizem (tudo tem os seus custos....), e estão felizes ou aparentemente felizes, embora utopicamente defendam que o Homem é um animal gregário, e não existe para estar sozinho...

E este estado de coisas, partilha-se pelas mais diversas faixas etárias. A minha filha, teve desde sempre colegas e amigos, rapazes e raparigas, cujo percurso fui acompanhando ao longo das vidas.
Hoje, estão todos eles, logicamente na casa dos trinta anos e quase todos estão já, com dois ou três insucessos emocionais em cima, estão com separações, afastamentos, tristeza nas suas vidas.

Alguns têm filhos e optaram por viver para eles, ou limitados por eles (não sei como dizer), mas quase todos, no auge de uma juventude que deveria ser de alegria, descontracção e leveza de alma, a parecerem já "velhos", cansados no desencanto que carregam...

Assim sendo, e porque também vivem numa sociedade de competitividade feroz, agressividade e exigência profissional  desumanas,  fazem uma vida a trabalhar quase sem horários (muitos deles), e depois, têm os tais casos pontuais, que os deixam mais vazios afectivamente, porque de afectivo têm pouco, sendo meramente de realização física, quando são!...

E assim vão passando anos, e assim as pessoas vão ficando cada vez mais sós, vão perdendo o encanto e o acreditar, a frescura e o romantismo inerente a uma adolescência que desejaríamos todos, creio eu, se pudesse perpetuar no tempo, porque, de facto, o estado de paixão, ingenuidade, pureza e entrega incondicionais, são a maior "oferta" que poderíamos ter no tempo que por cá estamos....

Anamar

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