sábado, 21 de maio de 2011

OS VELHOS "MENUS"....


Um dia de chuvinha no meio de dias de sol que pareciam convencer-nos que o Verão viera já para ficar.

Estou particularmente irritada hoje. O tempo mudou, as minhas maleitas também, eventualmente o meu treino foi p'ro espaço. Dou por mim no "tal" pequeno almoço "ajantarado" que conhecem....sentada à mesa do "tal" café, a "soprar", como quando se alivia a panela de pressão.

Há alturas, momentos, dias na rotina diária, em que há verdadeira conjugação de factores trucidantes sobre o nosso estado de espírito.
Parece criar-se uma conjugação "astral" qualquer, francamente negativa, que consegue pôr "em franja" a nossa melhor boa disposição.
É coisa aqui, coisa ali, coisa além...nenhuma na verdade importante, mas todas juntas a formar um bouquet de margaridas murchas...

Outra coisa que me está a irritar, para melhorar o estado de espírito, é exactamente este "chove não molha" deste meu nada para dizer e necessidade de o fazer, o que prevê um futuro negro para esta crónica de hoje.

Passei agora pelo "Escudeiro", sempre passo diariamente... As obras estão em fase de finalização.
O espaço interior está muito agradável, tenho que ser honesta, moderno, maior, luminoso, convidativo...
Mas faltava lá o "meu" Escudeiro!!

Olhava o actual, e visualizava o antigo...
Olhava o que serão as pessoas ali, futuramente...e via-me a mim, ao balcão...
Imaginava os novos empregados no atendimento e "estavam lá" o sr. Alexandre esperançoso e o sr. Veloso, rabujento...

Falhou-me, em relação ao Escudeiro, algo que se não conseguir ainda realizar, me deixará desasada do coração!!  Porque deveria ter-me lembrado!!
É o tipo de coisa que ou se faz agora, ou nunca mais se consegue fazer...do género das despedidas aos nossos defuntos. Ou se diz em vida o que há a dizer, ou vamos remoer-nos no resto da nossa, por nunca o termos feito e ficamos amargos pela impossibilidade de não o poder fazer nunca mais.

Passo a explicar este puzzle de ideias:  Na porta de madeira pesada, rústica e conventual, de aldrabas de ferro, que dava para a rua, sempre estavam diariamente expostos, os menus do dia.
Vi hoje que a porta também não foi aproveitada pelos novos donos.
Aliás, nestas reformulações sempre se descarta até à exaustão, a "velharia", como algo, que por o ser, já não é aproveitável.
Pode ter sido bonito, ter sido útil, ter sido de bom gosto e continuar a sê-lo...mas é apenas "velharia".
Parecem os carros a saírem dos stands. Passou a porta, desvalorizou num ápice!
Ou a frota do Governo...mudou de "gerência"...mudaram os carros....quase "zerinho" quilómetros...mas meras "velharias"!!...
Afinal, já houve alguns rabos que se sentaram neles...
Não os suficientes para os tornarem poídos, para lhes tornar o veludo "ruço", sequer para lhes deixar lá a marca dos tamanhos...mas são "antiguidades"...acabou!!...

Bom, dizia eu que neste momento, o Escudeiro é detentor de uma porta nova, incaracterística, mais "chapa 3", do meu ponto de vista....mas nova!!
Com a antiga, foram-se os últimos menus, e com eles, o resto das minhas recordações materiais objectivas (porque as outras, essas nunca mais se irão.... porque eu não sou pessoa de conseguir "descartar" grande coisa!! Não elenquei ainda o Governo, é o caso!!...)

Vou tentar recuperar um que seja. Ficaria muito feliz com isso.

Já procurei por informações donde possam estar, e se for preciso irei atrás....ao contentor, ao papelão, à "lixeira da vida"....ao "Velhão"...

Com um bocado de sorte, os velhos menus, do velho Escudeiro, voltarão a ter vida  no meu ficheiro de afectos, voltarão a ser "novinhos em folha", porque imortais...no meu coração e na minha alma!!...

Anamar                                   

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