sexta-feira, 17 de junho de 2011

"Tantas pessoas em PESSOA !..."



Postei Pessoa nos meus anteriores escritos.
Sempre o refiro, nunca me canso de o parafrasear...Afinal, ele está em muito das nossas vidas do dia a dia.

"Por que é que tu consegues sempre dizer as coisas de uma forma mais perceptível que eu???" - dizia-me um amigo um destes dias.

"Por que é que Pessoa consegue sempre exprimir tudo de uma forma tão mais eloquente que eu, se sentimos os dois igual ???" - digo eu.

"Que empáfia" ! - dizem vocês. "Olha-me esta fulana a comparar-se com......Pessoa, o MESTRE!.... Logo, com Pessoa...não faz o caso por menos!"...

Juro que não! 
Seria imbecil se o fizesse, jamais me atreveria...não sou alucinada!
Apenas, sinto-o em cada frase, em cada pensamento, em cada texto, em cada reflexão, em cada poema, em cada devaneio, sonho, esperança, dor...

Pessoa, 123 anos depois...Junho de 1888...
Actual, cada vez mais actual, ou não exprimisse ele magistralmente, as inquietudes do ser humano, as suas incompletudes, angústias, sofrimentos, dúvidas!
Essas são intemporais, essas não têm época, atravessam gerações, simplesmente porque são.....Humanas!

Em jeito de homenagem ao poeta do AMOR, em mais uma efeméride do seu aniversário, coloco humildemente neste meu varandim, dois excertos seus, absolutamente notáveis, aliás como toda a obra daquele, que para dar alma e voz a todo o ser humano, se desdobrou e assumiu uma panóplia de alter-egos, de muitos rostos num rosto só, de muitas personalidades numa única, de muitos corações, tendo só um dentro do peito...

Não carecem de palavras...seriam redundantes!
Convidam à análise e à reflexão!
Façamos portanto com ele, a "TRAVESSIA"....

" O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis..."   
                  F. Pessoa

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.

É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

F. Pessoa                    
Anamar

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