quarta-feira, 16 de maio de 2018

" SILÊNCIO "






E desceu sobre mim a quietude
um silêncio de dia inacabado ...
sonho que em mim foi amputado
quando a noite me envolveu em negritude ...
Sonho que sonhei em doce jura
Sonho desenhado à cabeceira
Trazido e deixado à minha beira
por aquela ave que o ninho já procura
E a noite que caminha e já me abraça,
solta as lágrimas desta mágoa tão sentida,
por aquele sonho ser inacabado
e eu nele ter acreditado
como se ele viesse devolver-me a vida ...
E agora o que me resta é o caminho
sem flores e sombra a ladear ...
Uma estrada em que sigo tão sozinho,
onde nem as aves vão cantar
E é longa a caminhada,  já fechou o dia
sem sol a por, sem horizonte ...
A garganta, já sedenta espera a fonte
que lhe mitigue a dor e a agonia
A morte  por aqui já ronda...
Morre-se um pouco, quando a esperança vai ...
Vai-se morrendo quando o amor se esvai     
e nos deixa, como à praia, a onda ...

Anamar

Sem comentários: