sábado, 25 de outubro de 2008

"A VERDADEIRA MONTANHA RUSSA" - COISAS DE MULHERES



Encontrei inesperadamente na rua, uma amiga que já não via há "séculos"...

Fôramos amigas durante anos e anos, cúmplices dos amargos e doces da vida...partilháramos sonhos, angústias, fragilidades, certezas e inseguranças... enfim, aquelas coisas profundas ou frívolas da vida de uma mulher...

Dividíramos horas de Faculdade, "varáramos" noites em estudos de cadeiras "chatas", puxando uma pela outra quando o sono teimava em fechar a pestana; secáramos algumas/muitas lágrimas nos primeiros desgostos de amor, no insucesso de um ou outro exame menos feliz... mas também soltáramos muitos risos e gargalhadas (pelas vitórias alcançadas)...quando elas ainda se soltavam fácil, bem cá de dentro, por a vida ser leve e as responsabilidades não excessivamente agressivas.

Mais tarde, partilhámos também filhos, nascidos contemporaneamente, êxitos e inêxitos da vida deles, as suas primeiras "graças", os sarampos e as amigdalites, o sucesso ou não das suas vidas escolares, a entrada nas suas vidas de adultos...

Emprestámos ombros... quando amputadas pelos desgostos à séria com que o destino nos atropelou, pela morte de entes muito queridos...

Ambas com percursos paralelos, próximos; ambas sem preocupações acrescidas...porque a vida correu mansa, estranhamente cinzenta, estranhamente amorfa, estranhamente não vivida, também para as duas...



Essa mesma vida encarregou-se de nos separar por razões familiares e profissionais, e o tempo e o afastamento que sempre são "carrascos", foram-no de facto, e a separação física, acrescentada à "loucura" que sempre constitui a existência de cada um, foram determinantes para que nos perdêssemos.

Quando nos revimos hoje, éramos quase duas estranhas que se aproximaram...para nos reidentificarmos segundos depois...
A amizade tem destas coisas mágicas...a verdadeira amizade tem o condão de reabilitar, reafirmar e reerguer num esfregar de olhos, os "cordelinhos" invisíveis que sempre ligam quem se quer bem.

E aquilo em que a tarde se transformou foi inimaginável...

As horas passavam e a "torrente" jorrava, jorrava e jorrava...inesgotável, como se quiséssemos colocar o passado no presente, naquela mesa de café...
E como havia urgência em nos contarmos como foi, como havia sido, como havíamos sentido, como reagíramos, como acreditáramos, como choráramos, como ríramos, como desistíramos para nos levantarmos depois, como sofrêramos, como também fôramos felizes, cada uma do seu jeito, cada uma na sua "estória"...outra vez parecidas, coladas uma vez mais!!...

Queríamos contar-nos como tinham sido os primeiros cabelos brancos, os primeiros sulcos a espreitar traiçoeiramente no espelho à nossa revelia, a primeira mágoa, quando o braço já não tinha tamanho para nos deixar ler as letras do jornal no café da manhã...

Queríamos "trocar" como fora assumir a perda da ingenuidade do percurso...como é a preocupação presente, quanto ao futuro dos nossos "velhos"...como é o frémito gostoso que nos invade, num misto de curiosidade, deslumbramento, orgulho, expectativa e esperança ao ver as gerações que aí estão a dar-nos continuidade...

Queríamos dizer-nos como doem as "mazelas" deixadas pelas cicatrizes que nenhuma plástica já resolve...por serem cicatrizes da alma...

Queríamos partilhar como é a angústia que sentimos, ao contabilizar todos os dias os recursos económicos de que dispomos hoje, nós, para quem, feliz ou infelizmente, essa questão era inexistente lá atrás...
queríamos dizer-nos como é, ter de deixar...para "quem sabe comprar qualquer dia", aquele "modelito" que nos provoca, da montra...ou ter de resolver se a consulta de oftalmologia é ou não prioritária à de ginecologia...

Uma "montanha russa"...constatámos...rindo e chorando ao mesmo tempo, frente a um bom copo de vinho branco, bem gelado, para "espantar" os amargores e as nostalgias...
uma "montanha russa" que nos deixa entontecidas, algo cansadas, apreensivas, talvez injustiçadas, pela famigerada "ampulheta" que não pára de deitar para baixo, a areia que está em cima...
nesta altura em que a "frescura" já não é a que tínhamos, quando na Feira Popular de outras épocas, com toda a adrenalina do mundo, aceitávamos subir e descer a verdadeira montanha russa, com a imagem da felicidade estampada no rosto e os cabelos, que então não eram brancos...se desgrenhavam no vento...


Anamar

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

"ALL GOOD THINGS COME TO AN END..."





"All good things come to an end"...eu diria "always come to an end"...eis o refrão de um tema musical repetidamente ouvido por aí...

Por que será? Porquê esta inevitabilidade, aparentemente este determinismo?!
Será para nos mostrar que a impermanência é o conceito da vida, mais real e concreto que existe?!

Pilar da filosofia budista...ninguém como os orientais poderia defender com maior acuidade tal princípio...
Eles, que por si mesmos têm a real noção de como tudo é mutável todos os dias, em cada momento; eles, que por isso mesmo são desapegados de tudo, o que para nós, os ocidentais, traduz maior inalterabilidade e segurança...os bens terrenos e materiais...

Há dias li uma frase que dizia :"o ontem já foi...o amanhã pode não chegar..."
John Lennon, o intemporal mito da "Geração de Ouro" apregoava : " o presente é o que acontece enquanto pensamos no futuro", como que a "abanar-nos" para a desvalorização gratuita que frequentemente fazemos de cada momento (esse sim, real) que nos vai ocorrendo.

E no entanto, continuamos angustiados com o fim provável de tudo, sobretudo se esse tudo, julgamos nós, são as nossas "all good things" da vida.

E à conta disso, por vezes, arrastamos situações caducas, perpetuamos estares podres de inviabilidade já, sentires excessivamente "maduros no pé", fora de prazos de validade, carregando com eles uma procissão de insatisfações, males-estares fétidos, acomodações sangrantes, frustrações sem remédio, feridas sem cicatrizantes...

Porquê não fazermos o nosso "carpe diem" singelamente?!...

Porquê, não fruir cada segundo da "ampulheta" na exaustão, sabendo-o irrepetível?!

Porquê, não aceitar como bênçãos simplesmente, tanto os raios de sol e céu azul, como os "castelos" negros amontoados em céus cinzentos de chuva copiosa?!

Porquê não acreditarmos que atrás de "good things" outras "good things" virão e se o não forem tanto, que pelo menos saibamos beber o cálice das que já foram, como um néctar doce e abençoado que nos foi prodigalizado alguma vez no banquete da vida?!

Pois é...isto digo eu para mim, mil vezes, penitenciando-me por saber tão afinadamente a teoria e ser uma "aluna" relapsa na parte experimental...eu, que até sou uma mulher de ciências!!...

Mas pelo menos valerá o esforço, a reflexão, a auto-análise e eu acredito...a persistência no caminho de uma maior perfeição...se lá chegar...

Até lá, façamos coro com os "imortais" e repitamos, pelo menos para nós mesmos :

"LET IT BE" !!...

Anamar

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

"UMA TAREFA TITÂNICA"




Subi da rua faz pouco.
Fui ao Escudeiro dar "dois dedos de prosa" (como diriam aqueles que herdaram a nossa língua), com a minha filha mais nova, que, pasme-se, sempre prefere o Escudeiro (vazio a esta hora), a vir até aqui a casa, paredes meias com o citado local.

Vazia também me sinto hoje...Vazia e "esfalfada"...
Esfalfada, como tendo chegado de palmilhar estrada e estrada...neste dia que resolveu "fechar" pelo meio, instalando um cinzento quase uniforme aqui por cima, perfeitamente enquadrado no que eu considero os requisitos para ser um dia a "abater"...
Abater, auto-abate-se ele no calendário...isso temos todos como certo.
Mas para mim, "abater" agora, é bem mais lato...É deletar, esquecer, pular no mês...fazer de conta que o não sinto...

Maluqueiras...ou então, cansaço mesmo...

Da minha janela, um sétimo andar, como penso já ter referido algures, só vejo o casario inexpressivo duma cidade também ela cada vez mais inexpressiva e incaracterística, poucas "manchas" verdes (por ausência de árvores que "esqueceram" de plantar), alguns aviões já em rota de aeroporto...e nem a minha gaivota hoje "dá as caras"...

A propósito de muita coisa sobre que tenho reflectido e analisado nos últimos dias, concluí uma outra vez como são difíceis as relações humanas, como é gigantesca a tarefa da descodificação de "códigos", de atitudes, de reais personalidades, de posturas...

As linguagens parecem tornar-se herméticas mais e mais, as mensagens parecem sair dum emissor, mas nunca chegar ao receptor, perdendo-se no "éter", por falta de alguma conexão;
os sentimentos esbarram a toda a hora (deixando em desespero quem não os consegue fazer entender)...
Consequentemente, como corolário de tudo isto, o ser humano desinveste, desiste, deixa de acreditar valer a pena, por cansaço, desmotivação, desânimo...

O Homem isola-se, fecha-se, cria fronteiras e ergue muros cada vez mais altos à sua volta, torna-se amargo, desconfiado, ressabiado, gélido por defraudado, quase desumano...

Cada vez mais, as relações a todos os níveis se pautam por contrapartidas, por trocas de interesse pessoal, por oportunismo, por utilidade, por superficialidade...

Cada vez mais se desenvolvem indivíduos a viver em "células" de individualismo, em "cápsulas" de solidão, em "mundos" só e apenas "política e socialmente" adequados, com menor exposição, maior silêncio, menor entrega, ausência de partilha e diálogo.

E todos os dias as pessoas se tornam mais tristes, amargas, calculistas, defendidas, artificiais, sozinhas...indiferentes...

E afinal, todos falamos, "grosso modo", a mesma "língua"...
Todos pugnamos pelos mesmos desideratos...
Todos aspiramos alcançar os mesmos objectivos...
Todos lutamos na fé (enquanto a temos), de dar algum significado, ainda que curto e incipiente, à passagem por estas paragens...
Todos desejaríamos "acolchoar" o mais possível as frustrações, conseguir conviver com o desamor, a incompreensão, a injustiça ou a indiferença, ainda que tantas e tantas vezes os não compreendamos...

Mas tudo parece ser vão...

E envelhecemos a concluir, por cada hora que passa, que a vida apenas nos vai presenteando com "menos-valias" em relação ao que já fomos e não somos mais, em relação aos valores em que já acreditámos e deixámos de o fazer, em relação ao ser humano mais bonito que éramos no princípio da "maratona", e que já não vislumbramos...

E ao contrário do desejável, vamos "virando" monstros" em vez de "gente", vamos ficando "diabos" em vez de "anjos", vamos travestindo o que de melhor tínhamos e ficando infelizes, profundamente infelizes por isso.

E somos forçados a pensar : se não falamos a linguagem dos filhos, dos parceiros, dos pares, de quem divide connosco espaço e vida...será de facto uma tarefa absolutamente titânica, para não concluir que impossível...os povos entenderem-se, o Mundo pacificar-se, o ser humano atingir lampejos da FELICIDADE em que alguma vez, algum dia, em algum lugar "lá atrás", seguramente acreditou...

Anamar

terça-feira, 21 de outubro de 2008

ÁFRICA - 2 "PORQUÊ?..."




















Na continuação do meu último post, que abordava um pouco de África vivenciado por mim há já muitos anos, hoje não pretendo explanar nada, até porque nada de novo poderia aqui infelizmente introduzir a propósito...

Apenas vos confronto com a minha pergunta, sempre recorrente e sempre incrédula:

"COM TANTA TERRA E TANTO MUNDO....PORQUÊ??!!..."

Para quem me ler..."CONTRASTES QUE NÃO SE PODEM ACEITAR..."


"Um milhão de vozes de África"



Anamar

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

"ÁFRICA - RECORDAÇÕES DE ANGOLA"



África também fez parte do meu percurso...

Cheguei a Luanda ao romper de um dia de meio de Novembro, no já recuado ano de 1970.
Saíra da Portela noite dentro, no dia anterior ; abandonara Lisboa com um quase Inverno instalado, e quando na manhã seguinte, a escotilha do avião da Tap se abriu, e aquele sol, aquela cor, aquela luz e aquele calor se enfiaram por ali adentro, sem pudores ou medos de que a intensidade do seu brilho nos cegasse ou o bafo da Terra nos sufocasse, eu percebi que estava em África...

A boca duma "fornalha" tinha-se escancarado, o calor pegajoso já se nos colara à pele, o vermelho da terra e da flor das acácias era indiviso, e os cheiros adocicados invadiam-nos as narinas...

Pela primeira vez, senti, cheirei, "apalpei" outro continente...a África do meu imaginário começava a desvendar-se perante mim, com todos os seus mistérios, os seus fascínios, o seu carisma singular.

Quem pisa esta terra vermelha de argila ou de sangue, jamais a esquece...sempre diz quem lá nasceu ou viveu.

Quem viu estes pôres-de-sol de laranja e roxo, inconfundíveis, jamais encontrará outros iguais...

Quem perscrutou estes horizontes a perder de vista, em lugar algum do Mundo, vai respirar a liberdade que os atravessa...

África não conhece dono, porque aquelas terras nunca poderiam ser espartilhadas.
Não conhece fronteiras, porque nela não há limites para o olhar do Homem...
África nasceu para ser livre, como os animais na savana, como os pássaros que cortam o firmamento, como o tronco do embondeiro desgrenhado, que nenhum abraço humano é capaz de rodear...

E tentar acorrentá-la é um gesto de violência...
Tentar manietá-la...cortar as asas a um pássaro...

E vivi dois anos em Luanda, uma cidade linda, luminosa, despreocupada, provocadoramente irreverente.
A irreverência duma jovem semi-nua em espreguiçamento sonolento.
Uma cidade que descia e se deitava na baía de cores inigualáveis ao nascer e ao pôr do sol.
Uma cidade que se adornava, vaidosa e sensual, quando o rubro das acácias explodia ou quando os jacarandás floriam...

Lembro dessa cidade, as formas generosas e a exuberância das suas negras no requebro do "semba", da "kizomba" ou da "rebita"...
Lembro o colorido do despudor das suas vestes e as suas gargalhadas soltas, no mercado de S.Paulo...

E lembro a Mutamba, a Ilha, a Sagrada Família...a Vila Alice, o Miramar (com o filme no écran e as águas escuras da baía iluminadas pelas cores da noite da cidade, em fundo)...
E lembro a fortaleza e o Forte de S. Miguel na estrada do Cacoaco e a imperial geladinha à nossa espera...
E a barra do Quanza e o Miradouro da Lua, e os bifes do Império, saboreados no terraço, com Luanda aos pés...
O mercado de S. Paulo e o de Quinaxixe, a messe da Força Aérea e as carismáticas moelas em tardes de domingo; o cinema Restauração, e os musseques ali ao lado...
e as "moças" do Bairro Operário...e o pino do calor e a época do cacimbo...e as arcadas do Banco de Angola e a Marginal... sempre a Marginal, onde tive o privilégio de morar...ali, num terceiro andar, num terraço bem por cima do Café Zero.

À minha frente,os coqueiros a bordejar as águas, a brisa da tarde a cair ou o fresco do despontar do dia, a alvoroçarem-me os cabelos e a afagarem-me o rosto.
Á minha frente as cores de fogo, do sol a descer lá p'ras bandas do porto...
Os paquetes acostados, acenando-me saudades de Lisboa...e as gaivotas, nos seus gritos estridentes, acompanhando onda a onda as traineiras em saída para a pesca, ou "acossando-as" à chegada, pela madrugada, quando o "carregamento" era generoso...

Esse "flash", por mais anos que passem, por mais vida que corra, tenho-o tão vívido na minha mente, que parece que sinto ainda o embalo do marulhar modorrento das águas na margem...porque, afinal, como dizia um velho pescador africano - "Quem bebe a água do dembo, jamais esquecerá Angola"...

Anamar











quarta-feira, 15 de outubro de 2008

"O MAGNETISMO DOS NÚMEROS"

O fascínio e o hermetismo encerrados nestas imagens, justificam, só por si, que eu aqui deixe este apontamento, no mínimo, curioso...

Número é um objecto da Matemática usado para descrever quantidade ou medida. O conceito de número provavelmente foi um dos primeiros conceitos matemáticos assimilados pela humanidade no processo de contagem.

O conceito de número na sua forma mais simples, é claramente abstracta e intuitiva; entretanto, foi objecto de estudo de diversos pensadores. Pitágoras, por exemplo, considerava o número a essência e o princípio de todas as coisas; para Schopenhauer o conceito numérico apresenta-se "como a ciência do tempo puro". Outras definições:

* Número é a relação entre a quantidade e a unidade (Newton)
* Número é um composto da unidade (Euclides)
* Número é o resultado da medida de uma grandeza (Brennes)
* Número é uma colecção de objectos de cuja natureza fazemos abstração (Boutroux)
* Número é o resultado da comparação de qualquer grandeza com a unidade (Benjamin Constant)
* Número é o movimento acelerado ou retardado (Aristóteles)
* Número é a representação da pluralidade (Kambly)
* Número é uma colecção de unidades (Condorcet)
* Número é a pluralidade medida pela unidade (Schuller, Natucci)
* Número é a expressão que determina uma quantidade de coisas da mesma espécie (Baltzer)
* Número é a classe de todas as classes equivalente a uma dada classe (Bertrand Russell)

OUTRAS CURIOSIDADES
:

o número 69 é o único que existe cujos algarismos que compõem seu quadrado (692 = 4.761) e o seu cubo (693 = 328.509), formam todos os números entre 0 e 9 sem repetição.

o número 26 é o único que existe, que se encontra entre um quadrado (25 = 52) e um cubo (27 = 33) (provado por Fermat)

Uma pessoa levaria doze dias para contar de 1 até 1 milhão, se demorasse apenas um segundo em cada número. Para chegar a 1 bilião, ela precisaria de 32 anos.

Há 6000 anos, as sociedades primitivas egípcia e suméria viram a necessidade de representar, com desenhos ou símbolos, mecanismos de troca, aferição de colheitas, divisão de terras, etc. Essa é a origem longínqua dos números que utilizamos até hoje.

Com as primeiras cidades sumérias e do Egito (4000 a.C.), desenvolveram-se s prácticas de troca, a agricultura e a necessidade de simbolizá-las.

Numerologia é o estudo das influências e qualidades místicas dos números.
Segundo a numerologia, cada número ou valor numérico é dotado de uma vibração ou essência individual e indicaria tendências de acontecimentos ou de personalidade, apesar de não haver qualquer evidência científica de que os números apresentem tais propriedades.
O filósofo grego Pitágoras, é considerado por alguns numerólogos o pai da numerologia, apesar de não haver qualquer relação entre os cálculos que formam o mapa numerológico e o filósofo grego.
Na verdade, a numerologia é uma derivação da Gematria, um ramo da Cabala, que utiliza o alfabeto hebraico como base.
A numerologia seria então uma adaptação dos princípios da Gematria para o alfabeto romano.

E não pretendo tornar-me mais exaustiva...

Já aqui deixei um "cheirinho" sobre o magnetismo e a magia exercidos pelos números sobre a Humanidade, ao longo dos tempos...







Anamar

"ASSIM VAI A ( DES ) EDUCAÇÃO NESTA TERRA"...

SEM DEMAIS COMENTÁRIOS.....APENAS....."ISTO"....

FALA POR SI, NÃO FALA??!!



Anamar

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

"QUANTO MAIS CONHEÇO OS HOMENS..." - 3



Não resisti a deixar aqui mais uma comovente história, com que frequentes vezes somos surpreendidos pelos animais...

Desta feita, uma "história de amor e gratidão" protagonizada por um homem e um tubarão...o "justiceiro dos mares"!

Quanto temos de facto a aprender!!!...






Anamar

sábado, 11 de outubro de 2008

"A ESTRANHA ADAPTABILIDADE DO SER HUMANO"




Subi agora da rua, do tal "pequeno-almoço" desregrado, mais desregrado ainda por ser sábado.
Um dia absolutamente "chocho", com um tempo dormente de cinzento, "amodorrado" de quente, pesado de silêncioso...
A "minha gaivota" anda por aqui...sinal de que, lá p'rás bandas dela se anuncia borrasca...
A metereologia fez previsões de mau tempo no fim de semana...

Entre o pão com queijo e o galão, li um artigo num suplemento jornalístico, que me deixou alguma perplexidade. Não que tratasse de algo novo ou desconhecido;
bem ao contrário e infelizmente, referia-se tão só, a tanto nosso sobejamente conhecido, mas sempre perturbador...
O título aposto era qualquer coisa como "Sederot, a cidade mártir".

Sederot é uma localidade israelita,a 72 Km de Telavive, situada perto da fronteira com a faixa de Gaza.
Sederot é uma cidade, que os rockets palestinianos não poupam diariamente e várias vezes ao dia.
Sederot é uma terra, onde há uma vida normal dentro da anormalidade.

As pessoas trabalham, as crianças vão à escola, jogam à bola nos jardins, convivem...
Certamente confraternizam pelas razões comuns dos comuns dos mortais, brigam, amam-se, enfim...vivem ou sobrevivem sem nunca saberem se chegam ao fim desse dia, se estarão a entabular a última conversa com o vizinho, ou a marcar o último golo no jogo com os amiguinhos...

Altifalantes de aviso, instituem o alerta vermelho, frequente e sistematicamente, quando os rockets são disparados do outro lado, e a população tem vinte e dois segundos para procurar refúgio nas habitações dos "kibutz" ou nos abrigos existentes para o efeito.

22 segundos...pode ser a fronteira de separação entre a vida e a morte, entre o sonho e o pesadelo, entre o tudo e o nada!...

E no entanto...miraculosamente, diria, o poder de adaptação do ser humano, permite que estes seres sobrevivam acreditando que vivem...
Coexistem com o medo e o terror, anestesiadamente, quase já imunes ao instituído...

Estão muito sós e entregues ao seu próprio destino comum...
Familiares não aparecem por medo, a liberdade de movimento é relativa, a rotina, ou aquilo em que se tornaram os seus dias...assombrada!

E teimam em pintar a cores o que é cinzento e negro...teimam em conferir normalidade ao que é violência e incerteza...teimam em desmistificar o pavor, colorindo com desenhos infantis as paredes dos refúgios...os rockets que lhes "salpicam" o chão...

"Adaptabilidade"....
O ser humano adapta-se a tudo!...

Sempre se ouve dizer: "Tudo se ultrapassa, embora se pense que não...".
"Tudo se suporta, embora pareça faltarem forças..."

Entretanto...

"70000 portugueses sofrem de Alzheimer"...
"As doenças do foro mental crescem exponencialmente e desencadeiam padecimentos do domínio físico, porque o Homem tende a somatizar fisicamente os sofrimentos emocionais"...
" A depressão leva ao suicídio em Portugal, mais de um milhar de pessoas por ano..."
" A angústia, a insegurança e a ansiedade são causa de baixa produtividade de fracção significativa de cidadãos"...

"Adaptabilidade"...SERÁ??!!...

Anamar




sexta-feira, 10 de outubro de 2008

AS "ESTAÇÕES" DA VIDA...






Na segunda feira passada houve um "descalabro" atmosférico, como talvez se lembrem.
Chuva e mais chuva, vento e mais vento, céu de chumbo, alerta no país quase todo.
O primeiro dia à séria, de Inverno, diria eu, não fosse a temperatura, que apesar do desconforto, não era excessivamente baixa ainda, lembrando que afinal o Verão não foi embora há muito...

Nas minhas deambulações diárias atravessei o jardim público da terra onde vivo e pasmei com o espectáculo que me era oferecido.
Pasmei...também não sei bem porquê...porque nada tinha que não fosse esperável...
E apesar de triste talvez, era lindo!

O jardim é ornado nos limites por plátanos ou castanheiros bravos...penso que sabem ao que me refiro.
Nesta altura do ano, estas árvores de folha caduca já detêm poucas folhas ainda verdes presas nos troncos, quais esfinges esquálidas e nuas.
Afinal, o Outono está instalado...

Mas na segunda feira, o vento que soprava lembrando um secador "endemoninhado", encarregava-se de fazer um "despenteado" total na copa das frondosas árvores.
As folhas de plátano, de ocre vestidas, voavam pelo ar em cascatas, e no chão o tapete dourado adornava-nos o caminho encharcado da chuva.

É uma imagem de algum abandono e solidão, sem dúvida, a que nos fica quando um ciclo parece fechar-se e a promessa de uma espécie de hibernação, de letargia ou sono profundo se anuncia.
Há um "recolhimento" na natureza, há uma espécie de epifania anunciada, uma espécie de "maturidade" declarada...

É muito belo um jardim no Outono, com as alamedas cobertas das cores do sono e do intimismo.
Os tons pastel dos dourados aos castanhos, passando pelo cobre ou pelo vermelho ferrugem, são cores providencialmente quentes, com que a natureza parece proteger-se da rudeza alva do frio da neve, do gelo, da chuva, da estação que se avizinha.

São jardins de passagem rápida e não de paragem...

Os bancos estão desertos, os pássaros recolheram, as flores desapareceram há muito...
Já não há crianças a brincar, já não há idosos a contar "estórias", já não há casais a namorar...Os "elementos" escorraçam os transeuntes dos jardins de Inverno, em dias de intempérie...

Mas, como dizia Pessoa, que parafraseei lá atrás, "Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol...ambos existem, cada um como é..."

Então, o Outono é tão belo quanto a Primavera que passou... e o Inverno próximo, será tão belo quanto o Verão que já foi...
Na natureza, como na vida...acreditemos e agarremos essa ideia com as duas mãos...

Todos existem...cada um como é!...

Anamar