terça-feira, 24 de novembro de 2009

"ECHOES IN THE GLEN"




"ECHOES IN THE GLEN" é um CD relaxante, de árias e baladas celtas.
É um tipo de música que a qualquer hora, mas em especial pela noite que se avizinha e em que se ouve apenas o teclado do computador, é particularmente grata.

"ECHOES IN THE GLEN" também não ficaria pleno, sem as imagens, tiradas da NET (infelizmente, na altura eu ainda não possuía máquina digital), do Pueblo espanhol onde em boa hora, adquiri o CD.
Sabem aquelas lojinhas dirigidas particularmente aos turistas, e onde se encontra sempre algo, grande ou pequeno, que se prenda com a região, com o meio, com a nossa visita, com os nossos acompanhantes?? "Echoes in the Glen" era música de fundo na loja...e "chamou-me"...

Pois é! Cada viagem é de "per si" um "momento" irrepetível, singular, inesquecível, único na vida das pessoas...Eu, pelo menos, sinto e penso assim.
Há "flashes", há palavras ditas, há risos e gargalhadas que nem a eternidade apaga...

Puebla é isso...é a eternidade gravada naquelas pedras, naquela calçada, naqueles balcões floridos, no ar que se respira em igrejas que vêm desde o Séc. XI.
Puebla é um convite à evasão, ao "deletar" do tempo, ao deixá-lo correr manso, sorvido, sugado...para que se entranhe debaixo da pele...porque uma vez entranhado, não há quem tire...

Estou a falar-vos de Puebla de Sanabria,(2005), bem pertinho de Portugal, a um passinho curto de Bragança, ali mesmo onde os Picos da Europa se espreguiçam e banham no maior lago de água doce do Mundo. O branco perene dos contornos dos picos (misturado com os verdes da erva tenra que apascenta o gado que por ali corta o silêncio com a música dos chocalhos, ou o balido descarado da cabra montez), leva-nos a esquecer que há mais mundo lá fora...

Hoje deu-me p'ro saudosismo, porque eu tenho a certeza que se morre sempre um bocadinho, por cada reprise que os circuitos cerebrais apaguem na nossa mente, já que a esclerose nunca a deixamos entrar no coração...

O CD que oiço agora, foi quase um momento mítico, vivido numa praça junto á Catedral de Santiago de Compostela, em que um quarteto de rua, fez parar, emocionou, "suspendeu" os passantes, ao tocar magistralmente, num silêncio que se gerou como se não pudesse profanar-se o momento, temas como "Aranjuez", "Ave Maria" de Schubert, "Adagio"... ou mesmo "Tears in heaven"...

E muito, muito mais haveria a lembrar, porque de facto há momentos mágicos na Vida, e são esses, que eu acredito, alimentarão um dia o que restar de nós...quando as ilusões, o crer, o sonho, já injustamente nos tiverem violentamente sido roubados!...

Anamar

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