sexta-feira, 21 de maio de 2010

COISAS QUE "TALVEZ" SE EXPLIQUEM....OU NÃO....

Estranho!....
Hoje venho aqui falar de algo que não sei falar.
Acabo de chegar de uma igreja, onde acendi duas velas.... Mais estranho ainda, visto que sempre me conotei como uma agnóstica confessa. O meu pai, era o tal que dizia que se no leito da morte pedisse um padre, o ignorássemos....porque ele já tinha sim, morrido...

O que me levou então a tomar esta atitude aparentemente paradoxal, vista de fora? O que me levou a quebrar o meu racionalismo de posse da razão, e depois das velas acesas, com o olhar perdido....não sei, se calhar no infinito, guardar aquele recolhimento de não mais de dez minutos? O que me levou a procurar aquele local de silêncio e sombras ....e "conversar", conversar simplesmente, interiormente, não com Deus, não com os santos cujas imagens revestem os altares, não com a Virgem de Fátima, no seu mês de Maria???!!!!

Ontem fui à margem sul, onde já sobejamente referi, a minha mãe vive neste momento. Fui para a ver, fui para conversar um bocadinho, fui para lhe levar alguns dos miminhos que eu sei que ela gosta.
Regressei e obviamente, talvez três da tarde, tomei a ponte 25 de Abril, sob um calor abrasador.
Vinha devagar, o rádio baixo, como gosto, o vidro aberto, para refrescar um pouco.
O tabuleiro da ponte tinha aquele trânsito que lhe conhecemos, nunca pouco, e nunca muito lento.
Vinda da via verde, acessei àquela faixa reticulada da esquerda, comecei a fazer pisca para passar para a faixa do meio, de betão, cujo pavimento eu gosto mais...e assim que inicio a manobra, o carro entra-me numa derrapagem incontrolável, todo o meu lado foi "socado" contra o rail separador do tabuleiro, o meu airbag lateral rebentou, e como uma bailarina, numa dança louca e frenética (eu fiquei tão atónita que tirei os pés do acelerador e travão), rodopiou enquanto quis, até que, situando-de totalmente na faixa central, retomou o caminho a direito, como se nada tivesse acontecido.
Não houve quebra de vidros, os vidros e luzes funcionam normalmente, portas e fechaduras também....

Já há uns anos, experienciei (na altura não era eu a condutora), a sensação aflitiva e de total impotência de uma derrapagem, só que em estrada aberta, digamos assim. Desta vez, a pergunta que me faço, não é a da derrapagem propriamente dita, porque para isso há explicação científica que já darei  (porque pode até ser útil),....a pergunta que me faço, é, como é que no puzzle do trânsito que circulava....o pesadelo não foi mais longe, e eu não provoquei choque, ou choques em cadeia???!!!!
Eu "dancei" aleartoriamente entre os carros e não toquei nenhum!!...

A derrapagem em si, explica-se pela subida do ar quente do tabuleiro inferior, onde circula o próprio comboio. O ar quente ao subir diminui o atrito e portanto a aderência dos carros ao piso. No Inverno é o ferro da retícula que também impede uma maior aderência....

Retomo o início deste post; podem rir ou achar ridícula toda esta explanação; provavelmente vão achar que a sugestão, o choque ainda, a estupefacção e a consciencialização do que ali poderia ter ocorrido, me tolda o raciocínio, me tolhe a racionalidade ....me retira o discernimento....

Retomo o início deste post, em que me assumo como agnóstica confessa.
Tenho, contudo, sempre, dentro de mim, e é para ele que apelo, agradeço ou suplico....o meu pai, que me deixou há dezoito anos, e que, como uma espécie de guia ou bordão, se estivesse corporizado, de tudo faria, como sempre fez, para me proteger....

Por isso, podem achar que tudo são coincidências ridículas....Para mim, ontem, às três horas, naquela ponte, a mão dele estava lá....e guiou aquele carro até porto seguro....

Anamar

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Anamar

Por aqui visita-se muitas igrejas...de uma riqueza cultural e artística espectacular.
Tens ido ao meu Fb? Vais gostar estou segura.
Beijinhos

Maria Romã