Será um blogue escrito com a aleatoriedade da aleatoriedade das emoções de cada momento... É de mim, para todos, mas também para ninguém... É feito de amor, com o amor que nutro pela escrita...

domingo, 16 de maio de 2010
"A INGENUIDADE JÁ FOI...."
Realmente a "ingenuidade" já foi....
É domingo e o " calvário" dos fins de semana instalou-se efectivamente na minha vida....
Depois de ter ido ver os meus pilantrinhas, e explicar ( ? ) o Big Bang e a Teoria da Relatividade ao António, que mo solicitou...8 anos!....(como não dizer que a ingenuidade já foi)!....resolvi ir ao cinema, para ocupar mais uma tarde de doidos, com mais uma futebolada que "de certeza" livra o país da recessão.... (que pobreza! de terra que nós somos!....), e como estamos a entrar em mais uma época baixa de sétima arte, sem grande escolha, já que as férias, o sol, o calor e o mar, começam a deitar a cabeça de fora....fui ver um filme novela, de desfazer corações , um pouco pindérico no argumento de sentimentos irreais....adolescentes....
"A melodia do adeus", baseado em mais um romance do fabrico em série e tónica igual, de Nicholas Sparks, que talvez referenciem pelos primeiros romances que o lançaram,.... "As palavras que nunca te direi"e "O diário da nossa paixão" foram livros que li com agrado.O primeiro, adaptado também ao cinema, não me defraudou....
Estive a ver agora na estante, e admito não ter contado correctamente, e detecto que "aguentei" ler oito volumes dum autor, que se tornou um ídolo dum público feminino, cujos livros, têm sempre a mesma matriz, que "pintam" a vida normalmente com a mesma paleta de cores, e cujo fim, já se identifica, ou adivinha, no pricípio...
E cansei....
Não comprei mais, não aguentei ler mais, achei que estava a desaprender sobre a vida real....ou então, essa vida real, já me endureceu de tal forma, que me tornei progressivamente mais exigente com os conteúdos.
É um autor que vende aos quilos, é um daqueles fenómenos um pouco inexplicáveis, tem o seu público fiel (preferencialmente feminino, e por isso se contariam pelos dedos os homens que estavam na sala) e deu direito a muitas, muitas lágrimas, ou fungadelas ao longo da exibição, por parte da assistência...
Não é por acaso que Nicholas Sparks entra na minha leitura de cabeceira.
Ele faz parte do longo deserto afectivo e dum período duro e inconsciente, de adormecimento e imaturidade da minha vida....Ele é por assim dizer "O simplesmente Maria", a "Crónica Feminina", "Os Caprichos" (lembram?), "A Escrava Isaura", "O pantanal"....onde eu me ia "abastecer" para continuar a acreditar que a vida é dos grandes amores....que é tudo sentido e verdadeiro o que nos contam, que tudo, mesmo depois do sofrimento, tem um final feliz à nossa espera....
Trinta e três anos de uma longa travessia sem oásis....
A escrita de Sparks é onírica, e o ser humano, (preferencialmente o profundamente emotivo, que é o feminino), precisa "agarrar-se"a realidades minimamente felizes, que não vive...
Por isso hoje, eu não diria, a "lamechice" do que estive a ver ( porque respeito o direito à opinião e ao gosto das pessoas), mas o conteúdo (vou dizer assim), conseguiu despoletar em mim uma raiva, um azedume, e até uma mágoa ainda, porque, não vou a Fátima a pé, mas cá no fundo continua a existir aquela luzinha um pouco crédula da adolescente que eu fui, apesar das "lambadas" que fui levando pelo caminho, e apesar de, quando racionalizo, saber que o que há para percorrer, já só é uma vereda com cardos e silvas....nem chega a ser uma estrada....
Anamar
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