sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"... TALVEZ DEUS SAIBA !.... "



"Não sei o que vai acontecer .... talvez Deus saiba !!... " - CORNO DE ÁFRICA - MOGADÍSCIO

Esta, a afirmação doída de uma mulher somali, num hospital de campanha, com uma criança esfomeada e desnutrida, nos braços.
A seca, a fome, as guerras étnicas com o número de mortos e estropiados a crescer exponencialmente, trazem o Corno de África de novo ao Mundo...

No Corno de África, vivem onze milhões de pessoas, que dependem quase exclusivamente da ajuda humanitária  do exterior, para sobreviver, e esta não consegue ter capacidade de resposta para a situação.
Tudo é adverso nesta zona do planeta, onde uma em cada dez crianças está em risco de morrer.

O êxodo das populações, para o Quénia e Etiópia, não pára.
Por outro lado, no norte do Quénia ainda não choveu este ano. Uma grande parte do gado morreu devido à seca.
Os agricultores deslocaram o gado mais para norte, em busca de água..... nas aldeias, restaram mulheres, crianças e velhos, praticamente entregues aos seus destinos...

Este video que aponho no meu post, relata a história (uma entre muitas, tristemente... ) de Salima, uma jovem de dezanove anos a quem assassinaram barbaramente o filho, acabado de nascer, quando intentava a fuga do país, através do Golfo de Aden.

A história está tocantemente relatada em poesia, por Paolo Pablos Parigi, assente numa reportagem feita pelo jornalista Fausto Biloslavo e pela foto-repórter Alixandra Fazzina.

Lamento o vídeo não estar em Português. Apenas o encontrei em italiano, mas ainda assim, penso que dará para se perceber quase tudo.

Deixo-o sem demais comentários...
Ele fala só por si, e é a voz de um povo.... em chaga no planeta Terra!....

Anamar


Breve informação histórica sobre a origem  da Somália :



Somália (em somali: Soomaaliya; em árabe: الصومال, transl. aṣ-Ṣūmāl), oficialmente República da Somália e anteriormente conhecida como República Democrática da Somália, é um país localizado no Corno de África. Faz fronteira com o Djibuti no noroeste, Quênia no sudoeste, o Golfo de Aden com o Iémen a norte, o Oceano Índico a leste e com a Etiópia a oeste.
Na Antiguidade, a Somália foi um importante centro de comércio com o resto do mundo antigo. Seus marinheiros e mercadores eram os principais fornecedores de incenso, mirra e especiarias, os itens que foram considerados luxos valiosos para os antigos egípcios, fenícios, micênicos e babilônios com quem o povo Somali negociava.

De acordo com a maioria dos estudiosos, a Somália é também o local onde o antigo Reino de Punt estava localizado. Os antigos Punties eram uma nação de pessoas que tinham relações estreitas com o Egito faraônico durante os tempos do faraó Sahure e da rainha Hatshepsut. As estruturas piramidais, templos e casas antigas de alvenaria em torno da Somália acredita-se que datam deste período.

O nascimento do Islão no lado oposto da costa da Somália no Mar Vermelho, significou que os comerciantes somalis, marinheiros e expatriados que viviam na Península Arábica, gradualmente ficaram sob a influência da nova religião através dos seus parceiros comerciais convertidos muçulmanos árabes.
A cidade de Mogadíscio chegou a ser conhecida como a Cidade do Islão, e controlou o comércio de ouro do Leste Africano durante vários séculos.
Na Idade Média, vários poderosos impérios somali dominaram o comércio regional, incluindo o Estado de Ajuuraan, que era excelência em engenharia hidráulica e construção de fortalezas.
No final do século XIX, após o fim da Conferência de Berlim, impérios europeus partiram com seus exércitos para o Corno de África. As nuvens imperiais oscilando sobre a Somália alarmaram o líder dervixe Muhammad Abdullah Hassan, que se reuniu com soldados somali de todo o Corno de África e começou uma das mais longas guerras de resistência colonial.
A Somália nunca foi formalmente colonizada.
Repeliu com sucesso o Império Britânico por quatro vezes e obrigou-o a retirar-se para a região costeira. Após um quarto de século, mantendo os britânicos na baía,  foram finalmente derrotados em 1920, quando o Reino Unido usou pela primeira vez na África aviões que bombardearam a capital, Taleex.
Como resultado deste bombardeamento,  foi transformada  num protetorado da Grã-Bretanha.

A Itália enfrentou situação semelhante quando sofreu a mesma oposição dos exércitos de sultões somalis  e não adquiriu o controle total de partes da Somália moderna, até à era fascista, no fim de 1927.
Esta ocupação durou até 1941 e foi substituída por uma administração militar britânica.
O Norte da Somália continuaria a ser um protetorado e o sul da Somália tornou-se uma tutela. A União das duas regiões, em 1960, formou a República Democrática Somali.

Devido aos laços de longa data com o Mundo Árabe, a Somália foi aceite em 1974 como membro da Liga Árabe.
Para reforçar a sua relação com o resto do continente africano, a Somália  juntou-se a outras nações africanas, quando fundou a União Africana e começou a apoiar o ANC na África do Sul, contra o regime do apartheid, além dos os separatistas eritreus na Etiópia durante a Guerra de Independência da Eritreia.

Um país muçulmano, a Somália é um dos membros fundadores da Organização da Conferência Islâmica e é também um membro da ONU e MNA. Apesar do sofrimento constante de guerras civis e da instabilidade política, a Somália também conseguiu sustentar uma economia de livre mercado que, segundo a ONU, supera as de muitos outros países da África.
A Somália é conhecida por ser um dos países mais corruptos do mundo, apenas perdendo para Afeganistão, Mianmar, Sudão e Iraque.

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