sábado, 21 de junho de 2008

"AS JANELAS DA ALMA..."


















Olá amigos


Um agradável fim de semana para todos.
Tenho compulsão por janelas e portas...
Dou por mim a admirar, a fotografar (muito) as ditas, como se um magnetismo estranho ou atracção inexplicável, me provocassem.
Às vezes reflicto sobre isto e procuro descortinar nos meandros do meu "eu"interior, a razão de ser psicológica que justifica esta "escolha".
Janelas e portas fazem parte de uma galeria interminável do meu arquivo de fotos...
Mas não são quaisquer janelas ou portas...São aquelas que ainda encontramos no mais recôndito das nossas aldeias...Algumas incrustradas em paredes musgosas de pedras, outras a cair de velhas, outras que já o foram...e já lá não estão...
Também ainda se encontram na nossa Lisboa antiga...nos bairros mais velhinhos...no que vai restando do carisma da nossa cidade...; e ao fotografá-las, pareço querer inconscientemente perpetuá-las no tempo...
Não são quaisquer janelas ou portas, portanto...São janelas e portas com "estória", janelas e portas com personalidade, com rosto, com sangue, com "vida"...
Às vezes converso com amigos e coloco o desafio : Interpretem-me o "leitmotiv" deste meu fascínio"...
Disseram-me outro dia, que elas me representariam o obstáculo físico a invadir "espaços", e com "espaços", entenda-se (entendo eu)..." interiores", "corações", "almas"...e que, passar para lá delas, poderia traduzir essa minha curiosidade, desafio ou desejo de sempre ir mais para lá no ser humano, mais para lá nas minhas limitações...quem sabe, encontrar-me a mim própria para lá dessas janelas ou portas??!!...
Eu concordei, em tese, com a interpretação possível ; de alguma forma, ela vem ao encontro do que eu sou...uma resistente a limites, peias ou barreiras...uma rebelde de acomodações de vida...
Mas ainda assim e embora não divirja muito desta forma de análise, eu tenho a minha própria.
Para mim, as janelas e as portas, à semelhança da "construção" humana, são "olhos", reflexos de alma, olhos da vida, olhos do coração...olhos que se abrem não só para ver e agarrar, "tomar o pulso" ao mundo cá fora, mas também para deixar que esse mundo me invada, me penetre, me devasse, me atravesse com toda a luz (às vezes tão intensa, tão ofuscante que obriga a portada a semi-cerrar-se) ou então, pelos crepúsculos, ao invés, se abra, de par em par, às escâncaras, para que a frescura da tarde me "acalme" o espírito, me "sossegue" o coração, me devolva a paz...

Anamar

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