sábado, 26 de junho de 2010

"DE TUDO E DE NADA..."



Mais um sábado aparentemente sem história, com um sol difuso...aquele sol que parece ter uma neblina a cobri-lo, como as cortinas das banheiras, que deixam adivinhar, só adivinhar as formas dos corpos de quem toma duche...

O que é indiviso, quase sempre, assume proporções mais desafiadoras nas nossas mentes, do que o que é óbvio, claro, transparente...

Tive que vir escrever, não sei sobre o quê...porquê, sei!
Porque sinto aquela compulsão que me sobe do peito à garganta e me sufoca. Nesses momentos, a escrita é a única coisa que me acalma um pouco.

Ontem, aqui mesmo nesta cadeira face ao PC, mas também face à janela, sobre o casario à minha frente, assisti a um dos mais belos pôres-de-sol que se pode ter, de um lugar não exactamente privilegiado para isso, uma cidade.
Fiquei como que hipnotizada, e só me mexi, quando o astro-rei desapareceu no horizonte, tão longe quanto o meu sétimo andar alcança.
Era uma bola de fogo que passou do laranja ao vermelho, lentamente, como que a despedir-se para mais uma noite de sono....

Já aqui disse vezes sem conta, e por isso já me repito, se calhar fastidiosamente, que o pôr-do-sol é um dos momentos sublimes com que a vida, a Natureza, o "Arquitecto", seja lá o que for, nos presenteia.
É um momento de interioridade, de introspecção, de reflexão, de emoção incontida, tudo num mix de sentimentos que não se descrevem.
Eu, fico entorpecida, anestesiada, "fulminada", repleta com tudo o que sinto e não há palavras que cheguem para dizê-lo..

Fui depois até ao outro lado da casa. Já tinha escurecido completamente....e levei outro "soco no estômago"...Num céu apagado, praticamente já anoitecido, estava uma lua cheia que me deixou louca!
Também já vos falei do sortilégio que a lua cheia exerce sobre mim....Do fascínio, ao êxtase, da volúpia à emoção, que me deixa sempre boquiaberta, das lágrimas que me assaltam e um sentimento quase carnal, físico, devasso...a lua cheia fervilha-me o sangue...

Mais tarde, revi um filme na TV, de uma forma agradada mas doída, que quem o viu sabe do que falo, e tenho a certeza, não esquece :"Closer", com Júlia Roberts, Clive Owen e Jude Law, cujo tema musical, de Damian Rice é "lindo de morrer"....
Por todas as razões e mais uma, quando perto das duas da manhã apagava a luz para tentar dormir, estava emocionalmente, completamente "desarticulada"...pondo tudo em causa, questionando-me, revoltando-me, desesperando-me....

Por isso, e porque depois de tudo, uma insónia me acompanhou entre as quatro e pouco e quase as sete.....sufoco, e tive que vir aqui.

Perdoem-me, pelo vazio do que aqui deixo...uns perceberão, outros não....realmente, espremida, esta é uma crónica de tudo e de nada!!...

Anamar

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