terça-feira, 8 de junho de 2010

"HISTÓRIA DE UM DOMINGO SEM HISTÓRIA..."

Um fim de semana absolutamente devastador.
O efeito das cápsulas milagrosas hoje não está a surtir efeito...esqueci-me de tomar ontem as do jantar, talvez seja essa a razão. Mas isso leva-me a concluir que ainda dependo completamente delas.

Talvez vá ver o Tejo, embora, apesar do sol lindo que nos ilumina e do céu profundamente azul, como abóboda a cobrir-nos, esteja um vento dissuasor da ideia...
Que me resta então? Não sei...

Qualquer pessoa que me leia, comentará o ridículo desta observação!
Afinal de contas, há quinhentas mil coisas interessantes para fazer...se calhar...eu é que, sozinha e sem força anímica (que de facto hoje não sinto), não tenho motivação.
Ficar em casa, também não pode ser opção, penso, porque logo, na "hora das bruxas"...nem eu me aturo, se agora já me sinto deprimida assim...

Estes domingos não deviam existir...

Para variar estou a tomar o pequeno almoço, no café dos "velhos", já sabem, são duas e tal da tarde...
Qualquer dia é Agosto, as férias aproximam-se a passos largos.
Férias...este ano nem poderei verdadeiramente falar de férias já que, praticamente não trabalhei o ano todo, mas aquele entusiasmozinho que se começa a sentir à medida que Agosto se aproxima, merecidamente ou não, sinto-o na mesma ( o homem é de facto, um animal de hábitos), mas estes tempos, são na verdade outros, muito especiais para mim...

Começo literalmente a sentir-me condicionada.
Hoje escrevi, li o conteúdo, irrelevante efectivamente,vazio efectivamente, sem nenhum tipo de interesse efectivamente, mas eu tinha necessidade de o colocar aqui ( e é desta forma que este espaço também é terapêutico...) e hesitei, pensando no juízo de valor que dele farão.
No entanto, o meu interior hoje é um barril de pólvora, ao qual, chegando um fósforo, explodiria.
Os níveis de ansiedade, há tempos que os não sentia tão incontroláveis, uma espécie de tristeza ou melancolia dava-me um nó na garganta e aflorava-me lágrimas aos olhos de quando em vez.
Sei que preciso racionalizar, sei que não posso perder o autocontrole, sei que não me posso deixar dominar por valores ou pensamentos negativos que me matraqueiam, não me levam a nada, apenas me destroem, até porque nem correspondem a nenhuma realidade objectiva...mas hoje, de facto estou sem forças...
Decidi...vou ver o rio...o vaivém da água sempre me acalmou...

E vim...
O Tejo estava glorioso...o vento, era mais uma aragem do que propriamente vento, a água estava daquele azul pujante, enquanto que os imensos veleiros que bordavam o rio e lentamente o desciam e subiam....eram miosótis que salpicavam liberdade e paz!...

Encontrei um local que parecia feito para mim...de muita solidão, embora com gente por perto, muito silêncio...aliás, quase só se ouvia o rebentar da corrente no empedrado do paredão.
Parecia um local fora do mundo, feito para a reflexão, o encontro, o balanço, a análise, a interioridade...

Vim, e vou ficar, até que a brisa se transforme em vento , e aí, a casa me esperará, neste domingo sem história, mas que de alguma forma, teve a "sua" história...

Anamar

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