domingo, 13 de junho de 2010

"NADA DURA PARA SEMPRE..."



Que espectáculo de sábado!...

Um dia que amanheceu dum cinza carregado, com nuvens e chuva de quando em vez, alternando com um sol fraco para não desanimar totalmente. Um dia que parecia mesmo que ia "fechar", ou seja, que ia ficar com chuva persistente.
Já vos disse que odeio estes fins de semana...não há dias em que sinta mais a inutilidade de viver, que nos fins de semana!
Os fins de semana são óptimos para quem tem projectos. Para quem os não tem, fica isto, este vazio total, isto que foi o meu dia de hoje, destrói, mata!
Dormi em cima da cama, com uma das tais nesgas de sol a inundar-me....pensei ir ao cinema e fui adiando a ideia de sessão em sessão. Neste momento (9,30h da noite), claro que não irei.

Quando penso em ir a um Centro Comercial, a inutilidade do vaivém de gente, de montras de produtos que não podemos ou queremos comprar, arrepia-me....ou melhor, entristece-me.
Quando penso numa esplanada com rio ou sem rio, com mar ou sem mar, eu e uma revista, uma revista e eu, óculos escuros a esconder pelo menos as lágrimas que sempre são inconvenientes, também me arrepio, ou melhor, ainda me entristeço mais...

Por um lado, é difícil conciliar interesses de algumas (poucas) pessoas que conheço, que pudessem estar disponíveis (muitos têm as suas vidas), por outro lado, estou numa fase em que me canso da inutilidade forçada que advém de pessoas que se juntam, porque carregam solidão!
Eu acho que a afinidade de interesses, gostos, cumplicidades, tem que vir lá mais de trás....se não, temos apenas pessoas  com um denominador comum, que não é seguramente a partilha desses valores...

É praticamente noite, neste sábado... o que é a vida?

Uma sequência de dias em que se espera que o astro-rei vá dormir?
Quando analiso tudo o que ocupou o meu dia, não encontro uma "coisinha" só, que fosse, que tivesse realizado.
Se me tirarem as drogas, este amorfismo (apesar de tudo), descamba. As drogas são o "colete de forças" psicológico, que me tira o direito à intensidade real daquilo que sinto...e volta tudo ao início.
Mas esta gente não percebeu ainda, que são arames enferrujados, o que prende as peças do que sou neste momento? Tal como aquelas bonecas de porcelana antigas, que tinham a cabeça, os braços e as pernas, articuladas com arames, lembram-se? Eu sou uma espécie de dominó de peças sequenciais ; a de trás derruba em cadeia todo o jogo!
Estou diplomada em macacos e tubarões!... O que eu sei de crocodilos e lagartos das Comores e Galápagos....nem imaginam!...De chitas, antílopes, ursos e rinocerontes tenho o "Master"!...

O tempo passa e com ele, a Odisseia, o Discovery, o National Geographic, consomem-me felizmente muitos minutos.

"Então! É a vida que temos, queres o quê? Não tens idade e arcaboiço para aguentar as realidades, porra??!!...."- dizia-me alguém  que vive no Porto, nunca vi, mas que do outro lado, no Messenger, falava comigo.
O Jorge  (parece ser esse o seu nome), pelos vistos está feliz com a vida de que dispõe...
O Jorge não deve ser muito exigente, tenho a impressão, ou então, é simplesmente normal...

Eu não vou nunca conseguir meter-me numa "forma" destas...

Há pouco passei na rua por dois amigos (percebi), homens de setenta e muitos anos. Até esbocei um sorriso para mim mesma, porque com o maior vernaculismo, dizia um para o outro: "e vamos vivendo! Um dia de cada vez...e com calma!"
E o outro repetia as mesmas palavras...como que a reforçá-las.

E sorri mesmo..."e com calma!"...

Será isto que me espera???
Ter calma para esperar que chegue a artrose, as dores nos ossos, a surdez, as cataratas, o desnorte no espaço e no tempo, já para não falar num cancro, num Parkinson...e com calma??

Estou cansada!
Hoje sinto-me extenuada interiormente. Que pena não poder ir dormir já, para pelo menos, "apagar"!
Tomei as drogas milagrosas que não operaram milagre nenhum, porque o sono demorou a chegar...
No computador, ninguém... (sábado à noite), na TV, toneladas de marchas populares de Sto. António, em Lisboa. Já lá vai o tempo em que eu as via do princípio ao fim, como as noivas de Sto António, como o compacto semanal do Pantanal, como o Festival da Eurovisão..naqueles tempos em que eu não vivi, vegetei.

Acabei finalmente por passar por um filme que vi no cinema no ano passado, "O estranho caso de Benjamin Button", que dispensa comentários, penso.
Revi-o com muito agrado, apesar de já o ter apanhado a meio,  mas a temática voltou a mexer comigo, como então, entristecendo-me ainda mais...."Nada dura para sempre"- dizia e repetia vezes sem conta, a Daisy..."Nada dura para sempre"...digo eu, também.

O filme terminou e o sábado também...

Desculpem a recaída!
Recaída...uma gaita! Aqui, tenho sempre o poder de pôr o que quiser. E cada um poderá sempre pensar o que quiser, ler o que quiser...chamar-me louca...se o entender!

Anamar
 

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá miúda
Calmex...e desde já informo que não é preciso chegar aos setenta para estar/falar das doenças que nos atacam...e quando elas não têm nome?
Olha o meu problema parece que está a passar, os valores das análises estão quase normais...ao fim de uma ano...e nada se sabe soube o que aconteceu à minha isca.
Um ataque desconhecido vindo de outra galáxia....exames e mais exames nada detectaram...enfim.

Quando vamos ao cinema?
Desde já aviso que apenas vejo filmes up...down..no. Para isso já temos a vida...e que tal um de ficção científica? Não faço ideia do que para aí vai nesses cinemas....nada que me faça puxar muito pela massa cinzenta...tudo leve, please.
Não encontrei a tua prenda..dá para acreditar?
Comprei outra...quando tomamos o cafezinho do costume?

Beijinhos
Maria Romã

anamar disse...

Maria Romã
Eu sou mesmo anormal....podes acreditar!!!
No nosso contexto, e eu "odeio" filmes de ficção científica!!!! Dá para acreditar? Não, certo?
Fiquei muito feliz porque vendeste, a preço de saldo, as tuas maleitas....menos mal!
Café, quando quiseres; tu é que determinas o timing por razões óbvias. Fazes como noutro dia. Mandas sms, dá, dá, não dá, não dá!!!!
Beijinhos
Anamar

anamar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.