sexta-feira, 16 de agosto de 2019

" É ASSIM ... "





Tanto tenho p'ra dizer e não o sei ...
Na garganta sufoca-me a palavra,
e como o lavrador que a terra lavra,
em cada semente perco a esperança que cansei ...

Como um beijo prometido, que não dei
Como um amor que no peito se afogou,
Como chama de uma vela que apagou,
Como promessa duma vida que esperei,

assim sou eu, nesta curva do destino ...
não se solta a palavra do meu peito ...
Mas o corpo desenhado no meu leito,
lembra o calor que deixaste ... em desatino !

E à deriva, como folha na corrente,
peregrina numa estrada sem ter fim,
guardo os restos de um amor que foi ausente,
e que foi o que de ti, sobrou p'ra mim !...

Anamar

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