Será um blogue escrito com a aleatoriedade da aleatoriedade das emoções de cada momento... É de mim, para todos, mas também para ninguém... É feito de amor, com o amor que nutro pela escrita...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
" PELO ARCO-ÍRIS ABAIXO ... "
Bob Marley, o ícone do espiritualismo jamaicano, o homem do "reggae", disse : " É estranho sentir saudade de algo que mal vivi, ou aceitava viver " ...
E será possível sentir saudade de algo que nunca se viveu, e só se sonhou ?
Eu sinto ... estranhamente ou não !...
É que o meu sonho é tão longamente sonhado, tão arduamente desejado, tão minuciosamente concebido, que vira realidade no meu coração !
Torna-se uma realidade minha, de direito !
Sinto portanto, muitas saudades do que se projecta adiante, e não as saudades com "efeitos retro-activos", como é de praxe sentirem-se ...
Estou a ficar louca. Acho que estou "a bater" cada vez pior.
Não encontro nenhuma forma de lógica de vida, por cada dia que passa.
Dias sucedem-se a dias, a que se sucedem noites, sendo que essas são os períodos de tréguas.
Os dias são longos, demasiado longos, e a vida é curta, demasiado curta.
E as cores do arco-íris emigraram.
No céu, agora desenha-se um arco sempre a cinzento. E os meninos que diziam em lenga-lenga : "está a chover e a fazer sol, e as bruxas a comer pão mole " ... agora olham para o céu, e não acham mais aquele escorrega de muitas cores, para brincarem nas nuvens.
Acabou a hora do recreio !!!
E os dias são tão pesados !
Por que têm as pessoas que aguentar carregos, para que não têm força na alma ?
"Deus dá a roupa, conforme o frio" ... diria a minha mãe.
Então, o tal Deus, devia dar as forças de acordo com os fardos, ou isto vai forçosamente tombar ... porque milagres, ninguém faz !...
Todo o ser humano precisa saber-se valorizado, sentir-se acarinhado.
Todo o ser humano precisa de sentir um lastro de apoio, de aconchego, de afecto.
Canso-me de escrever, porque me canso de dizer, porque me canso de pensar, e sei que estou certa.
Porque no fim de cada dia de luta ( porque os tempos são efectivamente de luta, de exigência absurda, de desilusões e insucessos, de loucura colectiva, de esforço e fadiga muito acima do suportável ), se não for o calor de um embalo para o coração, de um berço para a alma, de um sorriso cúmplice, e de um corpo que nos aninhe, não há capacidade para se reincidir, acordando, no dia seguinte ... não há estímulo para continuar a esgatanhar-se, cravando as garras na vida, mais e mais, não há ânimo sequer para se abrirem os olhos, encarando outra onda de dez metros, que vem lá ao fundo !...
E no entanto, cada vez mais as pessoas estão sozinhas num Mundo sobrelotado, numa realidade não gratificante de individualismo, de "salve-se quem puder" ...
Cada vez mais, é cada um por si, náufragos à deriva, num oceano encapelado ...
E quando acordarmos um dia, se esse dia chegar, o relógio marcará já, as horas de recolher, e nenhuma alvorada nascerá mais, para nos receber ...
Aí, teremos encerrado o último capítulo que vínhamos a escrever aos poucos ... morrer um bocadinho, por cada dia que entretanto passou !!!...
Anamar
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário