Outras vezes, ao contrário, tudo parece aleatório, fruto de circunstância, ocasional, acidental ... lotaria de Vida ... com probabilidades iguais de êxitos e insucessos.
Outras ainda, acreditamos "ler" sinais aqui e ali, formas de comunicação para quem as saiba interpretar.
Achamo-nos tão importantes que damos por nós a perguntar-nos : "porquê eu?"... "porquê a mim?"...
Hoje estou mais e mais convicta que a aprendizagem é ao momento, que erramos para percebermos que a seguir não devemos ir por ali ... daquela forma ...
Acredito que tropeçamos e caímos, para percebermos que ainda temos forças para nos levantar ...
Que choramos e nos desesperamos, para valorizarmos o sorriso que esboçamos, ou o riso que soltamos a seguir ...
Que achamos que morremos, para vermos que sempre continuaremos bem vivos, nem que seja em corações e em espíritos que nos cruzaram ...
Estou convicta que semeamos, e se o fizermos bem, somos capazes de colher em abundância ...
Estou convicta ( e essa sensação vem a reforçar-se em mim, de dia para dia ), que somos "sobreviventes", todos o somos.
E essa sobrevivência depende da nossa sabedoria de gestão das dificuldades, da consciencialização das capacidades que possuímos, da força que temos ( muitas vezes que nem sabíamos que a tínhamos ), da assumpção clara e absoluta de que cada ser humano só pode, à partida, contar consigo mesmo, só deve, à partida, contar consigo mesmo ...
Já passei muita coisa na minha vida.
Coisas emocionalmente muito difíceis e dolorosas ...
Nunca foram as materiais que verdadeiramente me molestaram ou molestam, mas sim as do coração ...
Quem me lê, já me conhece, e sabe que é exactamente assim ...
Mas juro-vos que quando sobre isto reflicto, quando olho o meu percurso para trás, o considero tão abençoadamente rico de experiência, aprendizagem, derrotas e vitórias, alegrias e dores, amores e ódios, medos e coragem, enriquecimento pessoal ... mas sobretudo com uma riqueza pictórica, tão, mas tão incomensurável ... que foi tudo isso que me conferiu a estatura da "gigante" que hoje sou.
Não me interpretem mal.
"Gigante", não porque seja "maior" que ninguém, em nada ... simplesmente bem "maior" do que aquela que eu já fui.
E constato com tristeza ... mas se calhar tinha que ter sido assim, porque "nada acontece por acaso" ... que o meu "crescimento" apenas pecou pela forma serôdia com que se desenvolveu, que a minha maturidade apenas brotou quando o trilho já vai bem para lá de metade, que a consciencialização da "força" que possuo, me faça sentido só agora ...
Mas como acredito piamente em reincarnações, em vidas em continuação de vidas, em patamares que, como numa montanha, o alpinista vai alcançando a pulso, parando de quando em vez para respirar com mais profundidade e menos dificuldade, ver o Mundo a seus pés, partilhar com a águia altaneira, os céus lá no topo ... acredito piamente, dizia, que neste momento estou a trepar mais um degrau que me leve a uma plataforma de repouso, cada vez mais perto do pico, de um pedestal qualquer donde divisarei, cada vez com maior lucidez, com um horizonte mais abrangente e definido, o Mundo e a Eternidade aos meus pés ... como um presente supremo !!!...
Anamar