segunda-feira, 7 de março de 2011

"ABENÇOADOS CHINESES!!..."


Isto tem andado muito parado. A inspiração falha, a vontade pouca, também não muito bem de saúde...

O que é facto é que...Carnaval outra vez, o primeiro trimestre do ano a ir-se...Perfeitamente incrível!

Não quero repetir-me, pois todos os anos reitero este estado de espírito: se há festividade que mais deteste, no ano, é de facto o Carnaval.
As festas "de calendário" irritam-me, mas esta que exige um riso desbragado no rosto com uma felicidade "colada" com super cola 3, que exige um despudor revelador de disponibilidade de alma, o que não tem forçosamente que acontecer, que exige palermada que chegue...é esta, em que no meio de um atordoamento colectivo, se procura esquecer as "cinzas" que despencam na próxima quarta feira, quando as "chuteiras" se tiverem arrumado até ao ano que vem...

As crianças ainda vá lá...algumas querem, porque querem, outras, as mães normalmente impingem-lhes os fatos disto e daquilo. A maior parte que se vê pela rua, com o tempo atmosférico que está, andam perfeitamente "entrouxados", e dá-se um doce a quem conseguir decifrar, na generalidade, de que estão fantasiados.
Onde é que já se viu uma linda "fada" com um kispo por cima???!!!

Até nisso os tempos mudaram de cento e oitenta graus. Nas décadas recuadas, os fatitos eram de espanhola, de fada, de saloia...e disse!
Hoje, graças à invasão dos nossos "amigos" chineses, por ruas, praças e esquinas, há fatos e acessórios mirabolantes, para todos os gostos, cores e preços.
Claro que são quase descartáveis, claro que não valem grande coisa, mas resolvem na perfeição a exigência mesmo dos mais "criativos", num piscar de olhos.

Dizia-me há dias a minha filha, que tem lá em casa aqueles três "galfarros" para vestir, coisa que eles não dispensam (eu acho que é mais coisa da mãe, com preocupações muito conservadoras em termos de costumes e tradições, do que deles próprios...Ela que se vestiu quase sempre de espanhola, coitada...Outros tempos!!...)
Dizia-me ela, dizia eu...
"Fui à loja dos chineses e em 10 minutos comprei tudo!"

Tem que se perceber que o tudo, são as fatiotas daqueles seres ignóbeis que as séries televisivas impingem às criancinhas, cujos nomes, graças a Deus não conheço...
"Cheguei lá e disse: Quero uma fita roxa para o cabelo" - aqui está!
"Quero umas perneiras cor de rosa" - aqui está!
"Quero um fato de cozinheiro" - aqui está!
"Quero uma colher de pau" - aqui está!...
Tudo, cinco euros e meio e quinze minutos de um dia de trabalho apenas.

Abençoados chineses! Que seria de nós sem eles??!!...

Eu por mim, dou o valor. Andei quase duas semanas para pôr uma bracelete no relógio da minha mãe, que se danificara e de que ela reclamava diariamente.
Só que o relógio não merecia bracelete de ourivesaria, e eu esperava, esperava pacientemente que um quiosque de rua que eu sei que tinha, abrisse, e onde encontraria significativamente mais baratas.
Só que o dono está doente!

Eu esperava, esperava, e a minha mãe desesperava e reclamava, reclamava...

Não sei como não me ocorrera, até ao dia em que tive uma "iluminação", ainda que céptica.
Entrei numa das novecentas e setenta e três lojas das redondezas, e perguntei ao chinoca de cabelo em pé que estava atrás do balcão: "Braceletes para relógios ( e exibia o relógio da minha mãe, p'ra traduzir), não tem, pois não??...

Ele ripa num segundo, de uma caixa situada nas suas "traseiras", e de lá saltaram, por um euro, braceletes de todas as larguras, cores e feitios e ainda deu direito a colocação e tudo ( Aqui p'ra nós, estava a ver quando é que o dedo do chinoca se transformava em sushi...se bem que antes o dele que o meu...) e ainda levei um "OBLIGADINHO" e tudo!!!!...

Que seria de nós sem os nossos amigos chineses?? É mesmo o que está a dar!!!...

Anamar

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