quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"PERDEU-SE A NOÇÂO ... "

O meu post de hoje é curto e por isso rápido .
Apenas vos quero passar o meu sentimento de surpresa e indignação, face a algo com que me deparei ...
Passo a expor :

Perdeu-se a noção do ridículo e do conveniente??!!
Esse o meu primeiro raciocínio, com o qual me questionei ...
Essa a conclusão, que me "saltou" das páginas do jornal que lia ao pequeno almoço.
Nele se relatava uma notícia sobre um atropelamento fatal, que vitimou há alguns meses atrás, uma mulher de trinta e três anos e o seu filho de dezassete meses.
O condutor da viatura que esteve na origem do acidente, era um homem de cinquenta e sete anos, que apresentou à altura, uma taxa de álcool no sangue, acima dos valores permitidos por lei.

Até aí tudo bem ... ou tudo mal !

O homem (que não mostrou arrependimento, nem terá tido nenhuma atitude que denotasse qualquer solidariedade ou pesar, perante o sofrimento dos atingidos),  foi agora julgado, condenado a três anos e alguns meses de pena suspensa e ... pasme-se ... a depositar semanalmente um ramo de flores na campa das vítimas !!!! (coisa a que a família das mesmas se opôs) .

Bom, eu pergunto-me : Será que se perdeu a noção do ridículo e do conveniente??!!...
Será que a Justiça portuguesa perdeu o resto do bom senso que devia assistir-lhe??!!...
Uma Justiça que é morosa, muitas vezes ineficiente e inconclusiva, perdeu de vez a "vergonha", e permite-se emitir uma pena deste teor??!!...

Que um réu seja condenado a prestar serviço cívico junto das comunidades e da sociedade em geral, é vulgar, faz sentido, é útil e pedagógico.
Aliás, sou apologista, e penso que muitos outros cidadãos o são também, de que as penas, cada vez mais se direccionem para o aproveitamento dos recursos humanos, daqueles que "vegetam" nas nossas cadeias.
Os reclusos, sendo saudáveis e na maior parte, penso, de uma faixa etária forçosamente produtiva, deveriam ser aproveitados pelo estado, como mão de obra braçal nas inúmeras situações nas quais faltam homens, ou são bem pagos por todos nós.
Na vigilância e ataque a fogos florestais, na construção civil de imóveis do estado, na manutenção dos eixos viários ... sei lá ... tantas outras áreas nas quais poderiam ser úteis, sem se tornarem um peso acrescido no erário público, e portanto nos nossos bolsos ... 

Acresce, que todos sabemos ser o ócio potenciador não só de estados depressivos, mas também do despoletar de ideias maquiavélicas, intenções e estratagemas delineados até à exaustão ( porque há tempo de sobra), a serem postos em prática quando a liberdade for alcançada.
É portanto de interesse, a bem da saúde mental dos próprios reclusos, que os mesmos estejam ocupados, o que lhes torna assim, mais "curto" o tempo de clausura, e também porque o cansaço motivado por corpos que trabalham, não deixa espaços livres para ideias mais problemáticas!

Bom, afastei-me um pouco do "leit motiv" do meu post ... a ridícula e despropositada pena, do meu ponto de vista, aplicada  sem nenhuma eficácia, a alguém que parece ter continuado insensível à dor e ao sofrimento causados ...

Anamar 

4 comentários:

Anónimo disse...

Anamar,
Deixe-me dizer-lhe o seguinte, pela minha idade, poucas coisas me surpreendem,infelizmente a (IN)Justiça em Portugal, não pára de me surpreender. Concordo inteiramente com a sua opinião é "Portugal no seu pior".
Jonas

anamar disse...

Olá

Obrigada por comentar.

Realmente nada a acrescentar à minha surpresa pela negativa, à sua conclusão objectiva e pertinente ... "Portugal no seu pior", sem dúvida.

Abraço

Anamar

F Nando disse...

Esta situação trouxe-me à memória um caso digno de uma qualquer novela:
A mulher e o filho pretendiam ficar com o seguro de vida do marido/pai e o melhor era contratar alguém para o matar atropelando-o. Acontece que quem foi contratado achou por demais macabro que comunicou à policia que não acreditou pois este tinha cadastro. Foi preciso fazer uma gravação e haver um juiz que aceitou como prova para incriminar a mulher e o filho...
Como ficou o caso não sei agora o que fica é que se o dito juiz não aceita-se a gravação para abrir um processo nada era feito...
Enfim a Justiça no seu melhor

anamar disse...

Olá Fernando

Obrigada pela tua achega.

Pobre país e pobre sociedade, que "sobe" à ribalta por notícias como estas!!!

Abraço

Anamar