quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"FOG"


São quatro e meia de um dia absolutamente oposto, atmosfericamente, ao de ontem.
Ontem esteve sol, fraco, claro, mas sol; não esteve frio, e consequentemente o ar sentia-se mais seco.
Hoje, da minha janela aberta ao casario, nem casario, nem nada que se divise, nem a minha gaivota se atreveu (eu acho que com medo de perder o norte), a aventurar-se neste cinza pardacento claro, totalmente fechado, dum nevoeiro cerradíssimo, que cresce, cresce, cresce...e se agiganta!

Engraçado como dou por mim, quase sempre a escrever sobre os elementos naturais que dominam os meus dias, como se eu fosse daqueles palhacinhos com fios presos aos pés e às mãos, e se manipulam de acordo com eles.
Eu sei que este é o tempo, que tudo isto encaixa rigorosamente num Janeiro, pleno Inverno por aqui, mas o nevoeiro, confunde-me, mexe mais comigo que um torrencial dia de chuva, trovões ou ventania...
Porque nesses, sabemos bem com o que contamos....Vemos!!!

Há largos tempos atrás, já escrevi por aqui um post que focava exactamente este tema: "as nieblas"...o como que terminar da estrada, a um passo do nosso nariz, sem que demos por isso...
As "nieblas" são falsas, dissimuladas, não mostram... ao contrário, ocultam...e tudo pode existir para lá desta "cortina"...
Transmitem-nos uma sensação de insegurança, como, imagino, deverá sentir um invisual, num terreno que não conheça.
Apetece afastar os fios deste "pano de palco", do nosso horizonte visual...e depois, seja lá o que estiver para além, a gente pode observar, e deixamos de ficar incautos, ingénuos...ganhamos imunidade...podemos defender-nos!!!

Há tantas "nieblas" por aí!!!
As que se vêem, que nem hoje....e aquelas que só se pressentem!
Essas ainda são mais angustiantes, porque não se lhes conhece antídoto. Essas, quando se instalam, costumam "grudar", e é uma tormenta para que se dissipem.
A de hoje...bom, acredito que se submeta a um abençoado, quanto desejado sol, mesmo que fraquinho, na próxima manhã...

Anamar

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